quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Um pensamento de William Shakespeare


Fragilidade...
O teu nome é mulher!

William Shakespeare (1564-1616)

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

22h21m: a hora que ninguém desconfia


Maravilhosa… a cobertura mediática em torno da entrega do Orçamento de Estado 2010.

Fiquei na Sic Notícias alguns minutos a assistir a uma espécie de olimpíadas, onde se esperava ardentemente que Teixeira dos Santos trouxe-se a Pen com o Orçamento. “A Pen está quase a chegar”… qual tocha a iluminar o início de mais um ano financeiro.

De Pen no bolso Teixeira dos Santos terá saído da Praça do Comércio, corrido a passos largos pela Avenida da Liberdade, talvez tenha voltado na Praça da Alegria, subido até ao Príncipe Real, acelerado até ao Rato e voltado para trás em direcção a São Bento. Talvez tenha sido a escolha do percurso que atrasou a entrega… talvez a Av. 24 de Julho tivesse sido a escolha mais acertada… talvez a entrega tivesse sido a horas… mas por certo não teria o mesmo encanto, não ocuparia o mesmo tempo de antena, não serviria de inspiração para relatos sumarentos e tão cheios de conteúdo.

Depois de um longo percurso, eis que o Atleta chega ao estádio, tira dois cartões do bolso e entrega-os a Jaime Gama, que os agita com um ar de satisfação enquanto se deixa fotografar, num momento que fica cristalizado para a posteridade.

Por entre os flashes e as imagens de jornalistas em fúria lia-se no ecrã da Sic o seguinte requinte temporal: Orçamento entregue às 22h21m.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A torre de crepes

Haverá ceia mais simples e mais apetitosa do que uma torre de crepes feitos na hora, em “la maison”, acompanhados por uma panóplia de topings que vamos saboreando de crepe em crepe?

Quem diz ceia, diz pequeno-almoço, quem diz pequeno-almoço diz lanche.

Um ovo, quatro ou cinco colheres de farinha, leite qb. e uma pitada de sal. Uma frigideira anti-aderente, uma noz de manteiga e lume brando.

Com paciência, verte-se a massa não muito espessa na frigideira bem quente e espera-se que fique com bolhinhas. Ao jeito de chefe lança-se o crepe ao ar, e deixa-se cai-lo com a face contrária. Alguns segundos depois está pronto a saltar para o prato, criando os alicerces de uma vasta torre que comeremos até à saciedade.

Entretanto a mesa enche-se com o frasco de mel, a mistura de açúcar e canela, o coco, o doce de morango, o caramelo e as nozes. Chá, leite ou sumo de laranja natural combinam na perfeição.

Acompanhados... partilhamos os sabores e os comentários do gosto perfeito de um doce tão simples.

Sozinhos... valorizamos a nossa paciência por nos termos dado ao trabalho de confeccionar um divino pecado calórico só nosso.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Um pensamento de Orson Welles


É preciso ter dúvidas.
Só os estúpidos têm uma confiança absoluta em si mesmos.

Orson Welles (1915-1985)

Os novos 40... 50 e já agora 30...


Quando o regresso a casa nos permite um momento de pausa, em especial se forem vinte minutos ao sabor das ondas, numa hora tardia e sem quase ninguém em redor, uma de várias coisas podem ser feitas: pôr a conversa em dia ao telefone (invariavelmente a chamada cai a meio do percurso), dormir (correndo o risco de ressonar ou ficar de boca aberta em público) ou ler.

Ler um jornal, um livro, uns apontamentos, ou… uma Vogue.

Hoje li a Vogue. Flash idades: Fabulosa aos 40. (Os olhos recaem sobre a fotografia de Alexandra Lencastre que personifica o conceito na perfeição) O artigo procura responder à questão se os 40 são os novos 20. Páginas à frente acrescenta-se noutro artigo que os 50 são os novos 30.

Aceito todas as explicações lógicas. A mudança do estilo de vida faz com que as exigências pessoais e sociais, que outrora se colocavam aos 20 e aos 30 anos hoje se tivessem mudado para as faixas etárias seguintes. Entre outros pormenores é fácil perceber a tendência de que as mulheres (e homens) querem assentar mais tarde, sair de casa mais tarde, ter filhos mais tarde… fazer tudo mais tarde. A cosmética e a estética dão também uma ajudinha no estado de rejuvenescimento (já sem falar no Photoshop)….

Digeri o artigo. Recebi os estímulos consumistas de outras páginas. Poucas horas depois eis que chego à frente do espelho para a aplicação da panóplia de cremes diários que me alimentam a ilusão de manter o estado de conservação e juventude por mais uns anos.

O pensamento foi imediato. Sou adolescente outra vez. Que raciocínio tão simples... Se os 40 são os novos 20, os 50 os novos 30…. Ora eu tenho 30, logo devo estar de novo na fase da adolescência - das borbulhas, das indecisões, das paixonetas, de ouvir a mesma música uma tarde inteira, das respostas tortas, de estudar nas vésperas dos testes, de fumar cigarros às escondidas, de escrever cartas de amor, de falar em código com as amigas, de escrever um diário (neste caso um blog)….

Caros trintinhos e trintões se pensavam que a adolescência já vos tinha dado tréguas, desenganem-se e preparem-se… dizem as tendências que ELA acabou de regressar… mais problemática que nunca! Com um bocado de sorte faz-se acompanhar de uma depressãozinha que também está muito na moda. Let the show begin!!!!

domingo, 17 de janeiro de 2010

"Não te vás embora"

Há momentos em que as pessoas saem da vida umas das outras. Deixam de sentir que há laços que as unem. Acreditam que lhes faltam interesses em comum. Ficam magoadas. Já não têm nada para dizer. Ou simplesmente quando deixam de se preocupar em ficar.

Às vezes sentimo-nos tristes quando nos fecham a porta sem avisar. Quando desaparecem do nosso espaço sem nos explicarem porquê e sem que nós consigamos ter a percepção das suas motivações.

Outras vezes sentimo-nos tristes quando nos avisam que vão fechar a porta. Quando nos explicam porque é que já não lhes servimos, e nos dizem que deixamos de preencher os requisitos que outrora nos tornavam especiais.

Em certas ocasiões a porta fecha-se com o vento. Nem demos conta e perdemos o contacto. Quando olhamos para trás passaram anos, e agora reencontramos alguém que nos é familiar, mas que na verdade não conhecemos. Não sabemos o que faz a pessoa rir, o que a transtorna, o que a irrita ou o que a comove.

Um dia ficamos sós… noutro somos nós a ir embora…

É uma dinâmica incómoda e até desconfortável. Porém, enquanto umas pessoas partem... outras ganham espaço para entrar!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A vida a cores: Escarlate

As visitas ao site da National Geographic são sempre uma descoberta. Não resisto em deixar uma das galerias da vida a cores... entre o laranja, o amarelo, o púrpura, o azul, o verde e o vermelho, seleccionei a última... encarnado, escarlate... o que for... simplesmente intenso!













domingo, 10 de janeiro de 2010

O legado do Minotauro

Para os que gostam de lendas e de histórias de ficção em que tudo parece acabar nas mãos de um destino em fúria, nada melhor do que uma breve passagem pelas origens mitológicas da Europa. Até porque se as olharmos com atenção podemos transpo-las para a realidade que ilustra o século XXI.

Há milhares de anos atrás andava a correr nas margens do mediterrâneo, uma jovem princesa de seu nome Europa, filha do rei fenício Agenor. Ao mesmo tempo Zeus, no Olimpo, observava a vida humana na terra. Nesse dia reparou na Europa e apaixonou-se de imediato. Foi então que a decidiu raptar. Tomando a forma de touro desceu à terra e aproximou-se da jovem e das companheiras que com ela brincavam. Todas se encantaram pelo touro e com ternura se aproximaram dele e fizeram-lhe festas. A dada altura o touro ajoelha-se diante da Europa e estende-lhe o dorso. A princesa aceita o convite e é então que Zeus foge com ela numa correria veloz, voando por cima das ondas.

De inicio a jovem tremia de medo, mas não demorou muito até se aperceber que o seu raptor era um deus. Zeus explicou-lhe que se tinha apaixonado por ela e que a levaria para Creta, uma ilha iluminada fora da Ásia. Da união de Europa com Zeus nasceram três filhos Minos, Sarpedon e Rhadamanthys. Alguns anos depois Zeus abandonou a jovem que se casaria com Asterius, rei de Creta. Como desta união não houve descendência foram os três filhos de Zeus que disputaram o trono do padastro.

Minos tornou-se rei alegando que os deuses estavam do seu lado e que fariam tudo o que ele desejasse. Assim, construiu um altar em honra de Posídon, deus do mar, e pediu-lhe que fizesse emergir das águas um majestoso touro branco que seria sacrificado em sua honra. Ao ver o touro, Minos achou-o demasiado belo para ser sacrificado e matou outro animal no seu lugar. Posídon enfureceu-se e lançou a tragédia sobre a família do novo rei.

Para além dos desamores que se abateram sobre os seus oito filhos, a mulher de Minos e nora da Europa, Pasiphäe, apaixonou-se perdidamente pelo touro branco. A rainha desejava o touro abruptamente e com a ajuda de um artificie disfarçou-se de bovina (para não dizer vaca) conseguindo ser coberta pelo touro. Desta fusão resultou o nascimento de um filho monstruoso, com cabeça de touro e corpo de homem. O Minotauro.

O resto da história não é para aqui chamada. Saltemos para os nossos dias.

Ora o actual cidadão europeu, mais não é que uma espécie de Minotauro. Com a assinatura do Tratado de Maastricht , a União Europeia concedeu aos nacionais de cada país o estatuto de cidadão europeu. Cidadão inocente que contrai novos direitos, mas também novos deveres.

Somos meio cidadão nacional (português, grego, espanhol...), meio cidadão europeu. Vivemos com parte da riqueza produzida pelo país e com outra parte proveniente dos fundos comunitários. Queremos desenvolver-nos enquanto estado nacional, mas inevitavelmente suportado pela grande potência que é a União Europeia.

Viveremos eternamente na dualidade. A nossa parte humana tem um convívio difícil com a parte mitológica. Somos fruto de uma fusão que resulta do desejo de crescer. A ideia é ajudar o cidadão a gozar dos direitos consagrados pelas constituições de cada nação. E olham tão bem por estas almas que até querem criar uma constituição comum a todos. Cale-se o pio às nacionalidades (ou deverei dizer às pequenas nacionalidades?) que somos cidadãos de uma Europa una e coesa. Mas será que nos sentimos parte de um todo?

Com os séculos de história que se viveu na Europa, só há pouco mais de cinquenta anos conseguimos caminhar a passos relativamente unidos, por interesses económicos – claro está! Orgulhosamente sós não seria a melhor política. Vergonhosamente híbridos continua aquém das nossas expectativas...

Escrito em 2 de Fevereiro de 2004

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Novo ano – última parte – Resoluções e Expectativas

É curioso como as pessoas necessitam de estabelecer fins, começos e recomeços. Como precisam de fazer compromissos consigo próprias de modo a alcançar metas, que adiam e reprogramam e concretizam e... e... e... e…

O fim do ano é uma dessas alturas. Uns não querem acabar o ano velho com assuntos pendentes, outros fazem listas de resoluções mentais ou escritas. Alguns almejam um ano melhor, outros que seja tão bom como o anterior.

Uns tantos agradecem, outros praguejam… em comum têm todos um desejo de qualquer coisa.

Desejam reinventar-se e serem pessoas: mais realizadas, mais felizes, mais bondosas, mais disciplinadas, mais em forma, mais rígidas, mais flexíveis, mais risonhas, mais condescendentes, mais exigentes, mais loucas, mais certinhas, mais viajadas, mais ponderadas, mais profissionais, mais certeiras, mais simples, mais complexas, mais sociais, mais recatadas, mais equilibradas, mais desvairadas, mais disponíveis… seres humanos mais polidos, mais crescidos, mais maturos…

Desejam aprender com os erros, tomar as decisões correctas. Por isso comem passas às doze badaladas, olham para a primeira estrela que aparece no céu durante a noite, comem bolo rei no dia de reis e não se inibem de PEDIR… porém às vezes esquecem o principal: AGIR.

Que 2010 seja fundamentalmente um ano de acção.

Ps. Fim da noite: cachorro quente na 24 de Julho

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Novo ano – parte 2 – O(s) teste(s) de alcoolemia

Lá fomos nós para perto… condicionadas pelo temor do álcool. Temor que se viria a revelar a surpresa da noite…

Depois de umas voltas sem sucesso pelos arredores decidimos partir rumo à outra margem. Longe porém de querermos ser presenteadas com uma fantástica primeira multa do ano.

Eis que chega a ideia luminosa: “Epá vamos à esquadra da polícia fazer o teste de alcoolemia, Quem tiver fixe conduz.” E assim foi. Cabelos ao vento, rumo à esquadra de bairro.

Explicamos ao único agente de serviço as nossas intenções. Para nosso desgosto não havia máquina para soprar. O caríssimo agente sugeriu-nos a próxima esquadra, dizendo-nos para ir à confiança que não haveriam operações stop naquela zona, àquela hora (ainda pedimos uma declaração de habilitação para conduzir, mas sem sucesso).

Próxima esquadra. Explicamos a história. Desta vez havia… palhetas… mas não havia máquina!!!! “Vão para Lisboa?! Ai apanham um carro em cada esquina!!!”… claro está que perante o hilariante comportamento, o pensamento dos agentes foi de certeza “grande piela!!!”. “Agora como é que se vão embora?”… a pé! Viramos costas de lá seguimos de pé… mas no acelerador.

Ideia luminosa: O amigo GNR. Próxima esquadra. Cheias de sorte. Lá sopramos o balão e como a maioria tinha os níveis bem abaixo do limite (leia-se ZERO) fomos rumo à outra margem.

Realmente é incrível o estado em que temos as nossas forças policiais:

- Falta de combustível em algumas unidades, em que a meio do mês já não têm gasóleo para deslocações

- Perseguições feitas com os próprios automóveis

- Utilização de telemóveis pessoais para estabelecerem comunicações

- Papel higiénico trazido de casa

- E a mais recente descoberta (pelo menos da minha parte e na primeira pessoa) temos a maravilha da falta de equipamentos. Ainda que no caso concreto teriam tão só uma acção preventiva e consciente (que lido de trás para frente também quer dizer não encher os cofres do Estado com uma avultada coima).

A verdade é que as coimas representam no orçamento de Estado uma fatia generosa. Levado ao limite diria que quase que nem interessa prevenir!

Eis que chegamos a Lx, embora tarde demais…

Continua

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Novo ano - parte 1 - Cinco formosas miúdas

Eis que cinco formosas miúdas (sim porque presunção e água benta cada um toma a que quer) se reúnem para passar a meia-noite da década. Solteiras, por opção ou à força, sentam-se à mesa com uma sapateira, camarões, leitão e umas casquinhas.

A acompanhá-las está o verdadeiro alguidar de sangria, fresca, doce, com o toque de morango que a mais expert no néctar divino resolve adicionar. A música lamentavelmente está baixa, mas o que é que isso interessa quando os pulmões e as cordas vocais funcionam na perfeição…

Os cigarros vão-se acendendo e apagando, como uma espécie de pirilampos animadores… as inevitáveis conversas de gaja fazem soltar a mais real das gargalhadas.

De caminho faz-se a check list para entrada no novo ano: a conhecida peça de roupa azul, saldam-se as dividas do jantar, contam-se as passas de uva, junta-se um molho de notas, prepara-se a garrafa de champanhe, sobe-se para cima do banco… e 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1… feliz 2010.

A rolha da garrafa de espumante salta. E comem-se as passas enquanto se pedem os desejos (posso dizer que o meu 1º desejo desapareceu no 1º dia do ano, se acontecer o mesmo com os restantes, lamento informar mas ainda não é em 2010 que vai haver paz no mundo!!!!).

A sangria já desapareceu e as três garrafas gaseificadas também… talvez sejam três e meia da manhã. Tempo de sair: retocar a maquilhagem, atirar umas borrifadelas de perfume, vestir um sobretudo e estamos longe de chegar a acordo…

Continua

sábado, 2 de janeiro de 2010

A maior loucura da minha vida...

Para começar o ano com piada... deixo algumas confidências de loucuras alheias!