terça-feira, 20 de julho de 2010

A Tunísia em tons de azul – Última parte

“Viajar é nascer e morrer a todo o instante”, disse um dia Victor Hugo. A verdade é mesmo essa. Nascemos ao descobrir sítios novos e é como se morrêssemos em cada regresso. Se pensarmos bem é uma frase inspiradora, afinal multiplicamos a nossa existência e isso possibilita-nos viver muito mais. Deixo uma selecção de fotos tiradas na viagem (by LC).



















segunda-feira, 19 de julho de 2010

Um passeio de dromedário – Parte III



Eis que se inicia uma viagem de cerca de 1200 km. Primeira paragem El Jem para vermos o Coliseu Romano. Se há coisa que gosto nos monumentos é de imaginar as pessoas deram vida àquele espaço, neste caso feras e gladiadores… (longe de ser um cenário sereno!).

Seguimos rumo a Matmata. Entramos numa casa troglodita, de um povo berbere. Uma casa real escavada na rocha, que é diariamente invadida por dezenas de turistas sedentos de conhecimento da cultura local. A senhora recebe-nos com um pão tradicional e uma taça de azeite. Temos liberdade para fotografar todas as divisões e os habitantes… como uma espécie de extra-terrestres a conhecer os hábitos do planeta Terra!

Continuamos estrada fora rumo ao deserto. Chegamos a Douz e às portas do Sahara. Aguardava-nos um passeio de dromedário. Em cáfila passeamos pelo deserto. O meu querido Micho passou metade do caminho a dar uma espécie de coices, como se calcula não dá propriamente muita segurança para uma jovem aprendiz!

No dia seguinte acordamos antes do nascer do sol. Pelas 6h já estávamos no deserto do sal. A luz da manhã é encantadora, especialmente se acompanhada de um inesperado tocador de flauta de pele curtida, vestido de branco, que parece pertencer à imensidão de uma paisagem feita de tudo e de nada.

Passamos por um Oásis plantado e por um Oásis natural. Ao estilo da road 66 viajamos de 4x4 numa estrada onde se multiplicam os sinais de “perigo de dromedário se atravessar no caminho”. Ao longe vemo-los pastar. O nosso condutor sintoniza uma rádio local de veras eclética… desde grupos árabes a gipsy kings!

A viagem continua, paramos em Kairouan, mas por ser de tarde não chegamos a entrar na mesquita.

Às 18h regressamos a Hammamet. Tempo de dar um mergulho no mar. A estadia continuou com compras, espectáculos e mergulhos.


Continua…

quinta-feira, 15 de julho de 2010

A arte de Regatear – Parte II

Na Medina de Nabeul afinamos a arte de regatear. Confesso que ter de regatear me deixa meio enlouquecida. Quando um objecto que custa de início 45 dinares tunisinos (1 dinar = 0,53 euros) consegue ser comprado por 10 dinares depois de muito esforço, imagine-se as vezes que não perdemos a oportunidade de grandes descontos porque temos a tentação de converter em euros.

Na mesma manhã fomos até à Medina antiga de Hammamet. As ruas são limpas e estreitas. Os pormenores que se encontram ao virar de cada esquina fazem as delícias dos fotógrafos. Numa das lojas a senhora queria trocar o meu porta moedas por um objecto da loja. À entrada da Medina um homem com um grande chapéu de flores na cabeça aproximou-se de mim e sugeriu que tirássemos uma foto com ele. Cedemos. De seguida queria-me vender jasmim, e pôr-me o chapéu na cabeça. Acabamos por ter de lhe pagar um dinar pela foto inicial.

Tudo é motivo para se pagar um dinar. Nas visitas aos monumentos para além da entrada pagamos um dinar pelo direito a fotografar. A verdade é que mesmo o que é pensado para turistas, custa metade do que pagamos em Portugal por qualquer coisa.

Dias depois fomos até ao deserto…

Continua…

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Tunísia… recomenda-se! – Parte I


As fotos dos guias turísticos que recomendam a Tunísia como destino de férias não ficam longe da luz que conseguimos captar neste país do Magreb.

Ficamos na zona nova de Hammamet. Ao longo da costa proliferam hotéis com centenas de quartos a escassos metros da praia. A água é límpida e o azul do mar encantador. Esta região do norte tunisino é no entanto demasiado turística e ocidentalizada, contrariamente ao sul onde os habitantes não encaram o turismo da mesma forma. Um rasgo de desilusão invadiu-nos à chegada, mas dissipou-se pouco tempo depois.

Na praia misturam-se as mulheres de bikini, com as mulheres de véu. Os fatos com que se banham na água são autênticos fatos de mergulho, à mostra ficam apenas a cara as mãos e os pés, muitas vezes pintados com desenhos retorcidos. Pelas ruas não vimos nenhuma burca, mas multiplicam-se as mulheres de véu.

As excursões, ainda que pensadas para visitantes conseguem-nos mostrar um outro lado da Tunísia, uma perspectiva real e repleta de contrastes. Estivemos em Tunis, a capital política do país desde o século X, Cartago, grande rival de Roma antiga fundada em 814 a.C. e em Sidi Bou Said, um local conhecido por inspirar pessoas das artes e letras, situado em cima de uma colina, onde predomina o azul e branco das casas, que são aliás as cores oficiais da habitação no pais.

O presidente, no poder desde 1987, é uma imagem comum em placares nas ruas e emoldurado nas lojas e nos átrios dos hotéis. A bandeira da Tunísia é outra constante pelo país. A religião oficial é a muçulmana. As linguas oficiais são o árabe e o francês.

Continua…