quarta-feira, 30 de junho de 2010

Falar em “inho”

Há pessoas que falam por diminutivos. São as chamadas pessoas fofinhas. Em cada frase que proferem multiplicam-se as palavras terminadas em “inho”.

Estes seres utilizam tal terminologia não apenas nas relações pessoais, mas no domínio profissional. “Aguarde só mais um bocadinho”; “Dou-lhe já a chavinha, para dar uma voltinha, e ver que o carrinho é maneirinho na condução”; “Temos bacalhauzinho, com batatinha assadinha, regado com azeitinho”; “Qual é o autor do livrinho que procura?”; “Agora é preencher o formulariozinho.”; “Preciso da sua assinaturazinha”; “Estou só à espera da Mariazinha”; “E se fossemos jogar uma partidinha de ténis”…

Se se apercebessem de como ficam com um ar fraquinho, talvez se decidissem a pensar um bocadinho e a rever a estratégia. Os seus discursos tornar-se-iam com toda a certeza no mínimo mais encorpadinhos!!!!

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Um pensamento de Marcel Proust

É espantoso como o ciúme, que passa o tempo a fazer pequenas suposições em falso, tem pouca imaginação quando se trata de descobrir a verdade.

Marcel Proust (1871-1922)

terça-feira, 22 de junho de 2010

Sem certeza…

Quando entrei para o ciclo, num dos primeiros testes de ciências da natureza, deparei-me com algumas dúvidas na resolução. Então tive a ideia brilhante de escrever junto a cada questão “sem certeza”. Não queria parecer estúpida. Se estivesse mal ao menos não demonstrava convicção no erro…Tive como nota “excelente” e o aviso de que se voltasse a repetir a proeza as perguntas seriam cotadas como erradas…

A verdade é que na generalidade das vezes as certezas simplesmente não existem. Vivemos num espécie de limbo permanente. Como artistas de circo que atravessam as alturas sob cordas finas, às vezes sem rede. Como montanhistas que desafiam as alturas, às vezes sem ar. Como desportistas que descem rápidos desconhecidos, em caiaques frágeis. Acredita-se que se pode chegar… mas a certeza nunca se tem.

De um momento para o outro levanta-se uma tempestade. E as casas voam. E os barcos naufragam. E as plantações ficam destruídas. E chega o fim de qualquer coisa. Porque seja lá o que for, teve um início, e terá (agora sim com certeza) um desfecho.

Só não podemos pensar nele…ou acabamos por cobrir a luz da esperança.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Um pensamento de Michel de Montaigne

Aquele que castiga quando está irritado, não corrige, vinga-se.

Michel de Montaigne (1533-1592)

sexta-feira, 11 de junho de 2010

O que tem em comum o teu passaporte e o meu?

Qual é coisa qual é ela? … que tem:
> Assinatura torta
> Orelhas de fora
> Olhar a direito
> Boca fechada
> Cabelo de rato
> Olheiras
> Sorriso de Mona Lisa
E ainda…
> Cara de criminoso

O passaporte de todos nós!

É maravilhoso o processo de metamorfose que sofremos. Vejamos o que se consegue em três tentativas de fotogenia. Uns olhos de carneiro mal morto; e pedimos para apagar. Entretanto pomos a cara de lado; não melhorou e nem é permitido. E por último arregalamos os olhos, ficamos com ar depressivo, como se o mundo fosse acabar… e já não temos coragem de pedir à simpática senhora do guichet para repetir… afinal temos a senha 105. Já com a assinatura temos mais uma hipótese, à quarta lá vai… se bem que a pinta do “i” podia ser ainda melhor .

Bem vistas as coisas a finalidade não é parecermos bem, mas sermos uma antevisão de um meliante. Em caso de detenção basta acrescentar um número por baixo da foto…

quinta-feira, 10 de junho de 2010

O lendário Pulp Fiction

Quem é que não se lembra do lendário Pulp Fiction? Pesado… violento… agressivo… doido… alucinado… mas com personagens incrivelmente bem construídas. A banda sonora é igualmente deliciosa, em especial os diálogos que antecedem as faixas… (é verdade há gostos para tudo!)

Não resisto em recordar a cena “YOU NEVER CAN TELL”.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Um pensamento de Arthur Schopenhauer

O bom humor é a única qualidade divina do homem.

Arthur Schopenhauer (1788-1860)

terça-feira, 8 de junho de 2010

Atraso Crónico


Há algumas pessoas que padecem do chamado “atraso crónico”. Estes seres vivem angustiados com os seus próprios comportamentos e com a impossibilidade real de chegarem a tempo aos mais diversos sítios: ao trabalho, às aulas, às consultas, ao ginásio, aos compromissos pessoais, às peças de teatro, ao cinema, e por aí fora…

Sublinhe-se que estes seres NÃO chegam atrasados por uma questão de charme, mas por uma questão de impossibilidade mental. São tão rigorosos com a utilização e aproveitamento do tempo que acabam por erradicar da sua existência uma das maiores virtudes da humanidade: a pontualidade.

Por norma o “atrasado crónico” sofre perante a impossibilidade de se superar a si próprio. E quando o consegue (uma vez em mil) sente-se realmente feliz!!!!!

Quanto às pessoas que têm de privar com estes seres, às vezes são tolerantes, mas outras perdem a paciência, porque não percebem a dependência que o ”atrasado crónico” tem de absorver os últimos minutos antes de partir para um compromisso para acabar coisas realmente importantes.

Há truques que estes seres tentam utilizar como antídoto, como adiantarem o relógio 5 ou 10 minutos, mas rapidamente os seus cérebros fazem a diferença e o antídoto deixa de funcionar poucos dias depois de terem acertado o relógio.

A verdade e que conheço alguns "atrasados crónicos" cuja reabilitação ficou a dever-se à severa disciplina a que foram submetidos a nível profissional!

Isto que quer dizer que afinal ainda há esperança….

domingo, 6 de junho de 2010

Um pensamento de Francis Bacon

Não há solidão mais triste do que a do homem sem amizades.
A falta de amigos faz com que o mundo pareça um deserto...

Francis Bacon (1561-1626)

sábado, 5 de junho de 2010

O Sexo e a Cidade

Eis que estreou o Sexo e a Cidade 2.

Para nós seguidores atentos das aventuras e desventuras destas quatro glamourosas Nova Yorkinas, não é um filme, mas um fabuloso episódio alargado!

A verdade é que já não é a mesma coisa… e ainda bem! Porque a vida é isso mesmo um processo de transformação que faz de nós seres diferentes em cada década: aos vinte, aos trinta, aos quarenta, aos cinquenta…

As prioridades mudam, o corpo muda, mas certas referências permanecem cristalizadas, como o valor da amizade, e o sentido o humor.

A verdade é que já não é a mesma coisa… e ainda bem! Continuam a haver lágrimas e discussões e sentimentos contraditórios, mas acompanhados da riqueza de se ter encontrado “aquela pessoa”, que não vai fugir para lado nenhum porque simplesmente chegou!

Cada uma depara-se com os seus novos dramas: a rotina do casamento, a inquietude dos filhos que as deixam à beira da loucura, um trabalho que lhes tira anos de vida, e claro está a chegada à menopausa.

A verdade é que nós próprios já não somos a mesma coisa… e ainda bem!



sexta-feira, 4 de junho de 2010

Um pensamento de Victor Hugo

É pela ironia que começa a liberdade.

Victor Hugo (1802-1885)

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Cara de Ombro

A Cara de Metro é uma figura já conhecida de todos nós (pelo menos dos fieis leitores deste blog). Chegou a altura de exploramos a Cara de Ombro.

Diria que a Cara de Ombro é uma personagem interessante, que pressupõe sempre a existência de uma díade. Alguém fala e do outro lado está a Cara de Ombro que ouve. Por norma impávida e serena. Não se trata portanto de um diálogo, mas de um monólogo, onde a Cara de Ombro vai acenando com a cabeça, encolhe os ombros, arregala os olhos, esboça uns sorrisos amarelos, e termina as frases com “pois”…

A Cara de Ombro afasta-se do Ombro Amigo pela falta de intimidade que tem com quem se está a confessar. Por norma os Caras de Ombro são indivíduos que têm uma aparência calma, um ar ponderado, pouco irritáveis, que irradiam uma aura de sensatez e conforto que atrai aqueles que simplesmente precisam de falar das suas experiências.

Há uns tempos um amigo meu declarou-se um verdadeiro Cara de Ombro, percebendo que reunia na sua história social uma multiplicidade de situações que davam vida a este conceito. Não resisto a partilhar aquela que é talvez o ex-libris desta sua faceta.

Cenário: Um daqueles jantares de empresa em que as pessoas mal se conhecem, às vezes nem de vista. Situação: A rapariga senta-se na mesa e conta as suas desventuras amorosas durante uma noite inteira. Comportamento: O Cara de Ombro ouve desinteressado (que é como quem diz solidário) porém mantendo os sinais acima descritos. Culminar: No final a colega diz-lhe “Foi mesmo bom falar contigo. Como é que é mesmo o teu nome?” Desta vez com alguma Cara de Pau, o Cara de Ombro profere o seu nome próprio… na certeza porém de não se voltarem a ver.

Convido os leitores a fazerem um flash back e a descobrirem o Cara de Ombro que existe em cada um de nós!!!!!