segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Gourmet... ou nem por isso?


Há dias entrei num centro comercial, na área dos restaurantes ditos fast food, onde impera o tabuleiro e a procura de uma mesa vazia algures dentro do espaço.

Subitamente tudo à minha volta era gourmet, os pregos... os hambúrgueres... as sopas... as massas...

Resolvemos experimentar um prego... de gourmet só tinha o nome, porque a qualidade do serviço, e a receita rebuscada dos acompanhamentos, deixou MUITO a desejar. Aliás deixou tanto que não fazemos a mínima intenção de lá voltar.

O conceito banalizou-se.

Por trás de um rótulo que pretende transparecer qualidade está a mesma comida de sempre. Com a agravante que passou a ser uma comida arrogante e pretensiosa, que se afirma como aquilo que não é, e publicita tudo o que não tem. Pratos feitos de aparência, que elevam as expectativas dos comensais, e cuja falácia é reconhecida logo na primeira dentada!

É a contrafacção de um conceito a minar a cozinha nacional.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Um pensamento de François La Rochefoucauld

Nunca se é tão feliz nem tão infeliz como se imagina.

François La Rochefoucauld (1613-1680)

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A distância alimenta as tréguas

Encontrei há dias o meu antigo “chefe”, chamemos-lhe assim. Há pelo menos 3 anos que não o via. Na época em que partiu, confesso que não deixou nenhuma réstia de potencial saudade. Tinha o hábito comezinho de me ligar 5 minutos antes da hora de almoço com um rol de urgências, nada urgentes, que tinham de ser tratadas no imediato, repetia a cena no final do dia, o que o tornava extremamente irritante.

Arrastava-se com um ar de lorde inglês, e sorria ou vociferava do cimo de uma barriga gigante, demasiado gigante para a idade e para a saúde.

Quando entrou no gabinete há primeira vista não o reconheci. Visivelmente mais magro. O sorriso era o mesmo. Não pude deixar de fazer um ou outro comentário, à laia de brincadeira, o que na verdade me deu alguma satisfação.

Gostei de o ver. O meu ódio de estimação tinha-se diluído. A distância alimenta as tréguas e a mudança de papéis sociais também. Confesso que não teria prazer nenhum em voltar a trabalhar com ele, mas já não me enerva, pelo contrário deixou no ar uma sensação de paz.

Às vezes é assim. Distanciarmos-nos de um foco de tensão leva a que esse foco diminua de intensidade devagarinho, até que um dia se transforma em indiferença. Não indiferença no sentido de frieza, mas a indiferença do desapego. A indiferença que dois minutos já depois já esquecemos a personagem. E sobretudo a indiferença da SERENIDADE. Ficamos simplesmente serenos, como se essas pessoas ou acontecimentos nunca tivessem provocado um ciclone na nossa vida. Aí sim…está ultrapassado!

domingo, 9 de outubro de 2011

Um pensamento de Séneca

O homem que sofre antes de ser necessário, sofre mais do que o necessário.

Séneca (4 aC-65 dC)

sábado, 8 de outubro de 2011

As traças da existência

As traças são uns insectos incómodos. No nosso imaginário estão associadas aos furos nas camisolas de lã preferidas. Uma espécie de devoradores de sonhos, que quando abertos os baús para o início do ineverno tinham aniquilado o adorado casaquinho de cachemira, o cachecol com que tinhamos vivido uma aventura, ou a blusa de pura lã virgem de uma marca favorita...

Se era difícil livramos-nos delas? Sim sem dúvida. Impossível? Nem pensar...

Na verdade, de vez em quando aparecem na nossa vida esses bicharocos em formato virtual. Devoram-nos os sonhos, as esperanças, os projectos, a capacidade de criar e de até de evoluir. De um momento para o outro estamos involtos num marasmo existencial, rendidos às rotinas, e ao relógio de ponto que marca sempre a mesma hora de entrada e de saída. Vemos as mesmas caras. Fazemos cronogramas de tarefas profissionais, que mais do que projectos nos fazem projectar a passagem do tempo, num incessante corropio de urgência, que é urgente produzir.

Mas o que fazemos com tanta urgência? Será urgente correr? Ou por outra, será antes urgente parar?

No dia em que nos apercebemos que a nossa existência está a ser invadida por traças há que tomar medidas drásticas. Tomar o antídoto. Voltar a criar. E fazer diferente.

PS. Parece que este blog já estava com traças!

sábado, 3 de setembro de 2011

Um pensamento de Alphonse de Lamartine

Não há homem completo que não tenha viajado muito, que não tenha mudado vinte vezes de vida e de maneira de pensar.

Alphonse de Lamartine (1790-1869)

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Um pensamento de Jean-Pierre Claris de Florian

A vaidade torna-nos tão crédulos como tolos.

Jean-Pierre Claris de Florian (1755-1794)

sábado, 6 de agosto de 2011

A inveja

Inveja. Um dos sete pecados mortais. De vez em quando somos invadidos por um destes sentimentos maléficos que nos fazem desejar aquilo que os outros têm.

Um emprego, um objecto, uma viagem, uma família, uma pessoa, um momento, um afecto, uma surpresa... qualquer coisa que também gostariamos de possuir e que com certeza nos tornaria mais completos.

É fácil achar que a vida dos outros tem mais brilho. Talvez por que não estejamos dentro dela e não nos piquemos nos seus espinhos...

Invejamos o que é bom... ninguém quer as desgraças e os miserabilismos alheios. Ninguém inveja a dor, a tristeza, o fracasso... diria que sentimos um verdadeiro alívio por não sermos nós os bafejados com os episódios infelizes a que esporadicamente assistimos na existência das várias pessoas que nos rodeiam.

Já com a felicidade... sentimos uma espécie de injustiça por não ter sido à nossa porta que ela bateu. Para alguns é um sentimento permanente, acredito para a maioria seja um sentimento passageiro...

Mas quem é que nunca sentiu uma pontinha de inveja? E já agora quem é que nunca se sentiu invejado?

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Um pensamento de Martin Lutherking Jr.

A procrastinação é o maior ladrão de tempo.

Martin Lutherking Jr.(1929-1968)

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Um pensamento de Jean-Paul Sartre

Não fazemos aquilo que queremos e, no entanto, somos responsáveis por aquilo que somos.

Jean-Paul Sartre (1905-1980)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

A pequenez de se Ser Humano

Morreu ontem Angélico Vieira, actor e cantor. Foi-lhe declarada morte cerebral depois de um grave acidente de automóvel. O valor da vida de Angélico tem o mesmo valor que a de um jovem desconhecido, menos belo e sem perspectivas de um futuro brilhante.

A verdade é que criamos empatia por esta figura com um ar tão simpático que nos entrava pela casa dentro. 28 anos é tão pouco tempo, para alguém que tinha uma alma cheia e tantos projectos por concretizar.

Em Dezembro de 2000 aos 29 anos Miguel Ganhão Pereira, jornalista da TVI, decidiu pôr termo à vida. Suicidou-se, atirando-se da ponte 25 de Abril. Rumores da época diziam que não se achava suficientemente bom para continuar vivo…

Existir é injusto. Um escolheu morrer. O outro queria tanto estar vivo, e em segundos desapareceu.

Passamos pela terra sem nos darmos conta da pequenez do ser humano, de quão impotentes somos perante um destino em fúria. Pensamos que decidimos, escolhemos e temos controlo sobre nós. E temos controlo. Mas um controlo tão frágil e efémero… porque somos simplesmente tão frágeis e efémeros.

Há dias vi um documentário sobre Saramago e Pilar, em que esta dizia algo mais ou menos assim “Dizem-nos para abrandar o ritmo. Mas porquê? Nós dormimos e acordamos revitalizados para o próximo dia. Querem que o Saramago fique sentadinho com uma manta de riscas nas pernas? Vamos ter toda a eternidade para descansar… e nem fazemos ideia de quanto tempo é a eternidade…”

Não devemos perder a vontade de criar, de imaginar, de sonhar, de sentir. Se calhar não devemos é temer a morte… é difícil, mas talvez devêssemos simplesmente viver todos os dias como se fosse o último. Fazer coisas que nos fazem sentir bem e aproveitar cada grão de areia que escorre pela clepsidra.

Talvez cada um de nós tenha um destino traçado, talvez os “ses” não façam qualquer sentido, nem exista um verdadeiro livre arbítrio.

A VIDA NÃO TEM GARANTIA, e desconhece-se o seu prazo de validade. Seja quando for que a morte nos venha buscar, que apanhe seres fortes e cheios de esperança porque é dessa massa que deve ser feita a humanidade.

Tenho a certeza que o Angélico morreu preenchido, completo e cheio de esperança no futuro… com uma vida curta, mas feliz. É injusto… mas a justiça não é deste mundo.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Imposto "temporal"

Deviamos pagar um imposto a nós próprios cada vez que desperdiçamos tempo.

Um bem tão escasso, caro e limitado a uma vida, que nos atrevemos a esbanjar com tarefas ridiculas e ineficientes, preguiças tolas, em suma gestões danosas do nosso património temporal.

Podiamos arrajar um mealheiro do tempo onde depositassemos um euro por cada vez que fossemos improdutivos. Sancionavamo-nos de modo a que aprendessemos a não desperdiçar.

Porém quando olhassemos para o frasco do pecado temporal (que devia ser preferencialmente transparente) sentirmo-nos-iamos invadidos por um sentimento contraditório. De lado estava a felicidade do peculio amealhado... do outro estava a reflexão... se cada euro representasse uma hora de vida vazia de que nos serviria a quantia arrecadada?

Afinal, bem vistas as coisas tinhamos apenas um frasco cheio de NADA.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Um pensamento de Walter Grando

Quando estamos cheios de bons pensamentos, parece-nos que o mundo está repleto de oportunidades.  

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Message in a bottle

Há tempos li uma notícia que contava que um menino Russo tinha encontrando uma garrafa com uma mensagem que vagueara 24 anos pelo mar. O bilhete estava embrulhado em papel celofane, e continha o endereço do menino alemão que o escreveu com apenas 5 anos. A criança alemã tinha agora 29 anos e os pais ainda viviam no mesmo local, pelo que ficou boquiaberto quando foi contacto.

Confesso que a ideia de encontrar uma “message in a bottle” me parece entusiástica. Tal como me parece interessante a ideia de lançá-la e anos mais tarde quando já nem se pensa no assunto alguém nos ligar e dizer: “Recebi a sua mensagem!”

Obviamente, que não se trata de lançar uma garrafa junto ao Cais das Colunas em Lisboa, na esperança que alguém a vá descobrir no Barreiro ou em Cascais. Estava a pensar em algo mais sofisticado, e lança-la durante um cruzeiro pelo Mediterrâneo, ou quem sabe pelo Nilo. A garrafa podia ser engolida por um crocodilo e vir a ser descoberta por um Crocodilo Dundee...

terça-feira, 3 de maio de 2011

A poupança é um estado de alma

Há dias em conversa com uma amiga esta comentava o lema utilizado pelo tio, frequentemente apelidado de forreta: “A poupança é um estado de alma”.

Não podia estar mais de acordo. Afinal uma parte das fortunas mundiais, não é hereditária, mas fruto de filosofias ao bom género “tio patinhas”, em que a poupança aliada ao investimento inteligente fazem multiplicar tostões.

Na verdade a poupança é contagiante. Quanto mais se amealha, mais vontade tem de se amealhar. O problema é que se passa o mesmo com o consumo, quanto mais se compra mais vontade tem de se comprar (comprar como sinónimo de gasto em coisas que nos fazem sentir especiais, desde uma peça de roupa, a uma ida a um spa, ou a uma viagem) … são ambos formas de vida.

Em qualquer uma das opções estamos a fazer um investimento em nós próprios. Só não vale cair em manicaísmos extremistas formiga versus cigarra, que é como quem diz poupança exacerbada vs consumo desenfreado. Afinal um vício é a transformação de um prazer numa doença.

Nos tempos que se avizinham há que estabelecer prioridades e cultivar uma atitude responsável, com gestos simples… e porque não introduzir o conceito de poupança como um verdadeiro estado de alma?!!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Paulo Futre é fixe ou soluções à portuguesa


Ainda tenho na memória o slogan que Mário Soares utilizou quando concorreu às eleições presidenciais em 1986: “Soares é fixe”. De forma mais ou menos acentuada a geração dos “intas” não resiste de vez em quando à piada óbvia. Tão óbvia tipo “Paulo Futre é fixe e o Sporting que se lixe”.

Depois de correr o país numa espécie de chacota nacional, e de se pensar que estaria verdadeiramente prestes a naufragar, eis que Futre revela que “à beira do precipício, não daremos passos em frente”. Reviravolta mais interessante depois do episódio do chinês, só o aproveitamento de excelência do Licor Beirão.

E assim surgem Soluções à Portuguesa... um povo tão bem definido pelo verbo desenrascar!






terça-feira, 19 de abril de 2011

A minha imaginação seguiu a tendência nacional...

A minha Imaginação seguiu a tendência nacional... e emigrou.

Com tanta crise, não seria de esperar outra coisa. Fez as malas num dia cinzento de nuvens.

Vi-a partir apenas com a roupa do corpo. Sentia-se realmente incapaz... Probrezita estava a passar um mau bocado. Os estimulos que a rodeavam andavam entre a desmotivação, a ausência de liderança, as catástrofes naturais, o desemprego, o FMI, a insolvência de pessoas singulares, a falta de liquidez do Estado...

Vi-a desaparecer. Acreditava que podia contrariar o karma e livrar-se das más energias. Realmente nos últimos tempos falava muito em reencarnações. Mas daí a emigrar!!! Nunca pensei que a minha querida Imaginação acabasse formatada para a desgraça.

Faziam-lhe falta uns filmes (como as pessoas assistiam nos anos 20 para esquecerem a quinta-feira negra!). Eu disse-lhe. “Vai ao cinema ver um sucesso de Hollywood e isso passa-te.” Parece que se enganou na sala e acabou por ver um filme argentino que a deixou ainda mais deprimida.

Passo a passo vi-a desvanecer-se no meu horizonte. Levava uns sapatos castanhos de salto alto e uma gabardine bege com a gola levantada. Tinha o cabelo solto que se agitava com o vento fraco enquanto caminhava. Ia com um ar misterioso, uma espécie de espia secreta que embarcára numa nova missão: desaparecer.

Foi então que tomei medidas drásticas e entrei em contacto com a PPF (Polícia dos Pensamentos Fugitivos), que rapidamente lançou um alerta nacional. “Desapareceu de sua casa Imaginação, numa tentativa de emigrar e deixar o cérebro em que vivia há mais de 30 anos. Vestia uma gabardine bege... Quem souber do seu paradeiro é favor entrar em contacto com este blog!”

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Um pensamento de Jean de La Bruyère

Aqueles que gastam mal o seu tempo são os primeiros a queixar-se da sua brevidade.

Jean de La Bruyère (1645–1696)

sexta-feira, 4 de março de 2011

Um pensamento de Marcel Jouhandeau

Cada alma é por si só uma sociedade secreta.

Marcel Jouhandeau (1888 - 1979)

quinta-feira, 3 de março de 2011

Um dia tem-se tudo e no outro nada


A vida é uma coisa tramada. Cheia de becos e labirintos. Areias movediças e desertos. Correntes fortes e trombas de água. Ciclones e raios.

Ok ok também tem sol, e luz, e música, e nesta altura achamos que somos privilegiados por experienciarmos uma catadupa de sentimentos positivos que nos dão vontade de acordar cheios de projectos e força criadora.

O problema é quando de repente sem dar conta ficamos sem nada.

Ficar sem nada é um conceito indeterminado que cada um preenche com os seus medos e desgostos. Uns mais sérios, outros mais leves.

Podemos ficar sem nada porque perdemos alguém… e mais uma vez há tantas maneiras desse alguém partir… voluntaria ou involuntariamente… depressa ou devagarinho…

Mais difícil que perder os outros é perdermo-nos da nós próprios ficarmos sem identidade no meio de um processo evolutivo que nos saiu do controlo. Quando nada do que projectamos se realiza, quando os desafios se multiplicam e se caminha sem saber quanto tempo falta para chegar, se é que algum dia se chegará.

Nessas alturas é noite de lua nova. Por muitas estrelas que existam no céu, a clareira é escura e vazia, e vulnerável.

É certo que espaço do nada é difícil de preencher, mas qual clepsidra, grão a grão o vazio vai voltando a ficar cheio e um dia voltamos a ter tudo, e caminhar na floresta iluminados pela lua cheia.

terça-feira, 1 de março de 2011

Where is my shoe...

Ele é apaixonado por fotografia. Ela por sapatos. Juntos criaram Where is my Shoe. Um blog onde os sapatos se cristalizam em cenários, tanto óbvios... Como inesperados!

http://where-is-my-shoe.blogspot.com/

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Um pensamento de Vergílio Ferreira

Não queiras conhecer tudo, deixa um espaço livre para te conhecer.

Vergílio Ferreira (1916-1966)

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O semáforo para peões

Em Lisboa proliferam os semáforos “enganadores de peões”. E questionam-se os leitores: “semáforos enganadores de peões?”. É simples.

Chegamos a uma passadeira e no semáforo que a acompanha está um botão, revestido de ilusões. Fazem-nos pensar que ao carregar milagrosamente a luz passará de vermelho a verde e que rapidamente poderemos avançar pela agitada rua.

A verdade é que por muito que toquemos, o sinal não muda.

Foi então que me pus a pensar. Talvez não funcione nas horas vivas da cidade, porque na maioria das vezes isso implicaria que todos os outros sinais do cruzamento sincronizadamente mudassem… mas pode ser que mude ao cair da noite quando a cidade acalma, que é como quem diz quando conseguimos passar as largas avenidas olhando simplesmente de um lado para o outro, sem necessitar de respeitar a cor.

Se é assim os botões do semáforo deviam ter uma placa com horário de funcionamento, qualquer coisa do género: “utilizar entre as 21h da noite e as 6h da manhã”. Cá está uma óptima oportunidade para criar um movimento de protesto. Afinal as autarquias geram falsas expectativas no cidadão, que tão esperançosamente toca no botão e aguarda… até ficar com cãibras nas pernas!!!!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Um pensamento de Ésquilo

Há poucos homens capazes de prestar homenagem ao sucesso de um amigo, sem qualquer inveja.

Ésquilo (456 a.C.)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A Simpatia


A Simpatia não se compra. A Simpatia não se impõe. A Simpatia não se pede.

O mesmo se passa com a Antipatia. Não se compra. Não se impõe. Não se pede. Simplesmente sente-se e acontece.

A verdade é que se nutre ou não se nutre Simpatia por alguém pelos mais diversos motivos. Por norma são as primeiras impressões que temos sobre esse ser, que acabam por condicionar aquilo desenvolvemos internamente.

Não nos podem obrigar a gostar de quem para nós não tem qualquer atractivo.

É como o Amor. Não se ama porque se quer amar. Ama-se quando acontece, quando se reúne por obra do destino ou do acaso a listagem vital de condimentos sentimentais. Mas não acontece porque se escolhe. Acontece porque sim. Não há explicação lógica.

A Simpatia não se exige (talvez se possa pedir a Tolerância) porque aceder a esta exigência seria uma inverdade. Afinal a pureza dos sentimentos está na espontaneidade.

Já agora, se não é razoável pedirmos a alguém que antipatize com outrem, porque é que tem de ser razoável pedirmos o inverso?!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Um pensamento de Benjamin Franklin

Quem vive de esperanças morre em jejum.

Benjamin Franklin (1706-1790 )

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O chapéu-de-chuva com duas pernas


A meteorologia não tem ajudado os mais incautos. A chuva e o vento têm sido uma constante, mesmo quando de manhã espreitamos à janela e parece que os raios de sol estão para ficar.

Ontem foi assim. Sai de casa sem chapéu. (In) Felizmente descobri alguém tinha deixado no escritório um grande chapéu prateado, daqueles com ar de oferta. Para além de ter o cabo meio torcido, o dito chapéu, pousado no chão ficava ao nível da minha cintura, digamos que o diâmetro devia ser maior que euzinha!

Tudo ia depender da perspectiva, podia sair com um mini chapéu-de-sol ou um grande chapéu-de-chuva. Escolhi a segunda hipótese e fui para rua. Pingava e não fazia vento. Foi então que um chapéu-de-chuva com duas pernas saiu pela Baixa de Lisboa, em direcção aos CTT. O comentário de um transeunte não se fez esperar “Que grande chapéu…”, “A sério, não tinha dado conta…”, pensei.

Continuei o caminho com um ar destemido. Chegada à porta dos CTT, o gigante deslocou as varetas e não fechava, depois de lutar com a porta entrei. Nesta altura já cheia de salpicos. Deixei o gigante de boca aberta escondido por trás da máquina das senhas.

A saída foi também ela mirabolante. Chegada à rua o chapéu não se mantinha aberto. Insisti. Dei dois passos e o gigante fechou-se na minha cabeça. Abri-o de novo e regressei de mãozinha no ar impedindo assim que o chapéu voltasse a desabar sobre este pequeno ser.

E assim o chapéu-de-chuva com pernas regressou ao escritório… não pude evitar vir a rir sozinha todo o caminho!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Um pensamento de Claude McKay

Se a inteligência fizer perder o carácter... que vá para o diabo e viva o instinto!

Claude McKay (1889-1948)

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A crise e a restauração


Há dias vi uma reportagem sobre a crise na restauração. Vários restaurantes tinham fechado, outros tantos tinham aberto, muitos deles imaginavam estratégias para se manterem, o segmento de luxo não sentia qualquer reflexo do popularucho apertar do cinto.

A generalidade dos proprietários relatavam as dificuldades com que se deparavam. A iguaria com mais saída era o prato do dia “bom e barato”. Os clientes deixaram de pedir entradas e sobremesas, e passaram a optar por dividir a água ou o vinho. A verdade é que estas reportagens são algo constrangedoras para quem dá a cara… e tem dizer a Portugal… estou em crise!!!.

Então pensei… se estar em crise é não pedir entradas, nem bebidas nem sobremesas… é fácil não estar em crise: basta pedir tudo, com excepção do prato principal!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Ai os anormais, os anormais… ou a figura de estúpido numa prova oral

Há situações que nos deixam espantados com a nossa capacidade. Por vezes conseguimos superar todas as nossas expectativas pessoais e sermos seres diferentes.

Se essa diferença for pela positiva, sentimo-nos brilhantes, radiantes, com uma sensação de que dominamos o mundo, num orgulho desmedido que nos deixa com vontade de arriscar de novo. O nosso espírito fica envolto num bom humor e numa vontade de encarar outros desafios, seja qual for a natureza dos mesmos.

Mas… (porque como tão bem sabemos de vez em quando tropeçamos num MAS) a nossa capacidade de superação pode ser de tal forma negativa, que nos sentimos um perfeito anormal. Por norma acontece quando perdemos a capacidade de reacção. No cérebro é criado um vazio, por momentos fica tudo em branco, e tornamo-nos numa espécie de estereótipo de estupidez humano.

Foi assim na semana passada no meu grupo de orais de Direito Administrativo. Seis perfeitos anormais, cinco dos quais conseguiram ainda assim manter alguma dignidade e passar com positivas entre 10 e 12.

Fui a primeira a sentar-se na cadeira do vazio, meia hora passou num piscar de olhos, ainda que tivesse a noção que os professores falassem num ritmo de voz pausada, que se fosse mais lenta assemelhar-se-ia a um gravador a ficar sem pilhas. Passei então para o final da sala onde pude apreciar o espectáculo da desgraça alheia. Ninguém se lembrava dos artigos mais básicos e era-lhas difícil articular frases com sujeito, complemento e predicado.

No final, já recompostos e de novo com memória, veio a vontade de nos evaporarmos por instantes, apagando todo e qualquer resquício de tamanha “insapiência”!!!

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Um pensamento de Ivana Trump

No divórcio, não fique com raiva, fique com TUDO!

Ivana Trump (1949)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A meia-noite… depois dos 30!


Quando se chega aos 30, e depois aos 31…

[e espero que aos 32….70… porque não tenho nenhuma pretensão de ser tipo James Dean ou Marilyn Monroe e ser recordada pelos meus amigos como sempre jovem. Espero que se lembrem de mim como uma bela carcaça… ainda que sem rugas, mas com uma pele tão esticada que pisco um olho e ficam os implantes dentários à vista]

Quando se chega aos 30, e depois aos 31…

… a nossa capacidade de alerta começa a diminuir progressivamente. O nosso corpito e cérebro, embora ainda com muita energia e actividade, começam a padecer do chamado cansaço acumulado. Há uma noite em que nos deitamos tardíssimo, na outra tarde, até que na terceira noite o facto de dormirmos 8 horas já não chega para oxigenar o sangue, eliminar as olheiras e deixar-nos despertos durante o dia!

A verdade é que depois de uma semana em que o descanso oscila entre as 5, 6 e 7 horas acabamos por ficar de rastos, com necessidade de colocar um palito em cada pálpebra, ouvir uma música agitada, mascar uma pastilha elástica e ir bebendo uns cafezitos pelo meio.

E depois chega à noite. Deitamo-nos perto da meia-noite, com a intenção de ler um livro, ver um episódio de uma série divertida, ou até quem sabe um filme… as intenções são boas, mas rendemo-nos ao cansaço.

A meia-noite é aquela hora que nos diz que o dia acabou, afinal oficialmente já é outro dia, e as nossas células trintinhas já estão programadas para ter juízo. Por vezes ainda as contrariamos e decidimos cometer a loucura de ir à última sessão no cinema... mas quando damos por nós estamos a cabecear ou caídos no ombro do vizinho do lado.

Note-se que passar a meia-noite com qualidade ainda é possível, mas em situações pontuais em que nos portamos bem e dormimos que nem anjos nos 8 dias anteriores…

domingo, 16 de janeiro de 2011

Margem Sul vs Nova Iorque

Uma das minhas próximas viagens tem de ser a Nova Iorque. É uma daquelas cidades que têm de fazer parte da lista de pontinhos que temos assinalados no globo terrestre. Conhecemos tudo através de um ecrã, mas que na verdade se traduz em nada se não experienciarmos pessoalmente!

Porém, depois de ver o teledisco “Margem Sul State of Mind”, do Rui Unas, e de seguida o “Empire State of Mind”, da Alicia Keys, eis que a minha mente ficou confusa…

Para quê conhecer Nova Iorque, quando se tem a Margem Sul?


MARGEM SUL STATE OF MIND



PS. Apesar do preconceito em relação à Margem Sul chegar a ser desconfortável e irritante, a verdade é que não conheço ninguém deste “sítio onde são feitos os sonhos” que não tenha achado o teledisco super divertido!


EMPIRE STATE OF MIND

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Um pensamento de Safo

Se a morte fosse um bem, os deuses não seriam imortais...

Safo
Poetisa Grega nascida entre 630 aC. e 612 aC.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Começar... (ou um texto motivacional para descrentes)


Gosto de inícios... o início do ano... o início do mês... o início da semana... o início do dia.

Dão-nos uma poderosa sensação de que comandamos a nossa existência. De que podemos reinventá-la. Corrigir os erros. Transformar as fraquezas. Aprimorarmo-nos!

Os começos alimentam-nos as expectativas. Aproximam-nos das metas. Vestem-nos a pele das concretizações.

Criamos uma espécie de fé incondicional no futuro que nos leva a apagar a palavra problema do nosso dicionário mental e a substituí-la por desafio facilmente ultrapassável.

Os inícios são místicos. Têm umas gramas de esperança, uma pitada de desconhecido, qb de perseverança, e no final são salpicados de perfeição.

Melhor que tudo... no final do dia, da semana, do mês ou do ano é-nos possível desistir momentaneamente... é-nos permitido perder as forças... porque um novo começo se avizinha... um capítulo diferente... a invenção de uma história melhor!

Que 2011 seja um ano de projectos, realizações... e muitos COMEÇOS.