segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Um pensamento de Vergílio Ferreira

Não queiras conhecer tudo, deixa um espaço livre para te conhecer.

Vergílio Ferreira (1916-1966)

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O semáforo para peões

Em Lisboa proliferam os semáforos “enganadores de peões”. E questionam-se os leitores: “semáforos enganadores de peões?”. É simples.

Chegamos a uma passadeira e no semáforo que a acompanha está um botão, revestido de ilusões. Fazem-nos pensar que ao carregar milagrosamente a luz passará de vermelho a verde e que rapidamente poderemos avançar pela agitada rua.

A verdade é que por muito que toquemos, o sinal não muda.

Foi então que me pus a pensar. Talvez não funcione nas horas vivas da cidade, porque na maioria das vezes isso implicaria que todos os outros sinais do cruzamento sincronizadamente mudassem… mas pode ser que mude ao cair da noite quando a cidade acalma, que é como quem diz quando conseguimos passar as largas avenidas olhando simplesmente de um lado para o outro, sem necessitar de respeitar a cor.

Se é assim os botões do semáforo deviam ter uma placa com horário de funcionamento, qualquer coisa do género: “utilizar entre as 21h da noite e as 6h da manhã”. Cá está uma óptima oportunidade para criar um movimento de protesto. Afinal as autarquias geram falsas expectativas no cidadão, que tão esperançosamente toca no botão e aguarda… até ficar com cãibras nas pernas!!!!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Um pensamento de Ésquilo

Há poucos homens capazes de prestar homenagem ao sucesso de um amigo, sem qualquer inveja.

Ésquilo (456 a.C.)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A Simpatia


A Simpatia não se compra. A Simpatia não se impõe. A Simpatia não se pede.

O mesmo se passa com a Antipatia. Não se compra. Não se impõe. Não se pede. Simplesmente sente-se e acontece.

A verdade é que se nutre ou não se nutre Simpatia por alguém pelos mais diversos motivos. Por norma são as primeiras impressões que temos sobre esse ser, que acabam por condicionar aquilo desenvolvemos internamente.

Não nos podem obrigar a gostar de quem para nós não tem qualquer atractivo.

É como o Amor. Não se ama porque se quer amar. Ama-se quando acontece, quando se reúne por obra do destino ou do acaso a listagem vital de condimentos sentimentais. Mas não acontece porque se escolhe. Acontece porque sim. Não há explicação lógica.

A Simpatia não se exige (talvez se possa pedir a Tolerância) porque aceder a esta exigência seria uma inverdade. Afinal a pureza dos sentimentos está na espontaneidade.

Já agora, se não é razoável pedirmos a alguém que antipatize com outrem, porque é que tem de ser razoável pedirmos o inverso?!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Um pensamento de Benjamin Franklin

Quem vive de esperanças morre em jejum.

Benjamin Franklin (1706-1790 )

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O chapéu-de-chuva com duas pernas


A meteorologia não tem ajudado os mais incautos. A chuva e o vento têm sido uma constante, mesmo quando de manhã espreitamos à janela e parece que os raios de sol estão para ficar.

Ontem foi assim. Sai de casa sem chapéu. (In) Felizmente descobri alguém tinha deixado no escritório um grande chapéu prateado, daqueles com ar de oferta. Para além de ter o cabo meio torcido, o dito chapéu, pousado no chão ficava ao nível da minha cintura, digamos que o diâmetro devia ser maior que euzinha!

Tudo ia depender da perspectiva, podia sair com um mini chapéu-de-sol ou um grande chapéu-de-chuva. Escolhi a segunda hipótese e fui para rua. Pingava e não fazia vento. Foi então que um chapéu-de-chuva com duas pernas saiu pela Baixa de Lisboa, em direcção aos CTT. O comentário de um transeunte não se fez esperar “Que grande chapéu…”, “A sério, não tinha dado conta…”, pensei.

Continuei o caminho com um ar destemido. Chegada à porta dos CTT, o gigante deslocou as varetas e não fechava, depois de lutar com a porta entrei. Nesta altura já cheia de salpicos. Deixei o gigante de boca aberta escondido por trás da máquina das senhas.

A saída foi também ela mirabolante. Chegada à rua o chapéu não se mantinha aberto. Insisti. Dei dois passos e o gigante fechou-se na minha cabeça. Abri-o de novo e regressei de mãozinha no ar impedindo assim que o chapéu voltasse a desabar sobre este pequeno ser.

E assim o chapéu-de-chuva com pernas regressou ao escritório… não pude evitar vir a rir sozinha todo o caminho!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Um pensamento de Claude McKay

Se a inteligência fizer perder o carácter... que vá para o diabo e viva o instinto!

Claude McKay (1889-1948)

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A crise e a restauração


Há dias vi uma reportagem sobre a crise na restauração. Vários restaurantes tinham fechado, outros tantos tinham aberto, muitos deles imaginavam estratégias para se manterem, o segmento de luxo não sentia qualquer reflexo do popularucho apertar do cinto.

A generalidade dos proprietários relatavam as dificuldades com que se deparavam. A iguaria com mais saída era o prato do dia “bom e barato”. Os clientes deixaram de pedir entradas e sobremesas, e passaram a optar por dividir a água ou o vinho. A verdade é que estas reportagens são algo constrangedoras para quem dá a cara… e tem dizer a Portugal… estou em crise!!!.

Então pensei… se estar em crise é não pedir entradas, nem bebidas nem sobremesas… é fácil não estar em crise: basta pedir tudo, com excepção do prato principal!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Ai os anormais, os anormais… ou a figura de estúpido numa prova oral

Há situações que nos deixam espantados com a nossa capacidade. Por vezes conseguimos superar todas as nossas expectativas pessoais e sermos seres diferentes.

Se essa diferença for pela positiva, sentimo-nos brilhantes, radiantes, com uma sensação de que dominamos o mundo, num orgulho desmedido que nos deixa com vontade de arriscar de novo. O nosso espírito fica envolto num bom humor e numa vontade de encarar outros desafios, seja qual for a natureza dos mesmos.

Mas… (porque como tão bem sabemos de vez em quando tropeçamos num MAS) a nossa capacidade de superação pode ser de tal forma negativa, que nos sentimos um perfeito anormal. Por norma acontece quando perdemos a capacidade de reacção. No cérebro é criado um vazio, por momentos fica tudo em branco, e tornamo-nos numa espécie de estereótipo de estupidez humano.

Foi assim na semana passada no meu grupo de orais de Direito Administrativo. Seis perfeitos anormais, cinco dos quais conseguiram ainda assim manter alguma dignidade e passar com positivas entre 10 e 12.

Fui a primeira a sentar-se na cadeira do vazio, meia hora passou num piscar de olhos, ainda que tivesse a noção que os professores falassem num ritmo de voz pausada, que se fosse mais lenta assemelhar-se-ia a um gravador a ficar sem pilhas. Passei então para o final da sala onde pude apreciar o espectáculo da desgraça alheia. Ninguém se lembrava dos artigos mais básicos e era-lhas difícil articular frases com sujeito, complemento e predicado.

No final, já recompostos e de novo com memória, veio a vontade de nos evaporarmos por instantes, apagando todo e qualquer resquício de tamanha “insapiência”!!!