terça-feira, 26 de abril de 2011

Paulo Futre é fixe ou soluções à portuguesa


Ainda tenho na memória o slogan que Mário Soares utilizou quando concorreu às eleições presidenciais em 1986: “Soares é fixe”. De forma mais ou menos acentuada a geração dos “intas” não resiste de vez em quando à piada óbvia. Tão óbvia tipo “Paulo Futre é fixe e o Sporting que se lixe”.

Depois de correr o país numa espécie de chacota nacional, e de se pensar que estaria verdadeiramente prestes a naufragar, eis que Futre revela que “à beira do precipício, não daremos passos em frente”. Reviravolta mais interessante depois do episódio do chinês, só o aproveitamento de excelência do Licor Beirão.

E assim surgem Soluções à Portuguesa... um povo tão bem definido pelo verbo desenrascar!






terça-feira, 19 de abril de 2011

A minha imaginação seguiu a tendência nacional...

A minha Imaginação seguiu a tendência nacional... e emigrou.

Com tanta crise, não seria de esperar outra coisa. Fez as malas num dia cinzento de nuvens.

Vi-a partir apenas com a roupa do corpo. Sentia-se realmente incapaz... Probrezita estava a passar um mau bocado. Os estimulos que a rodeavam andavam entre a desmotivação, a ausência de liderança, as catástrofes naturais, o desemprego, o FMI, a insolvência de pessoas singulares, a falta de liquidez do Estado...

Vi-a desaparecer. Acreditava que podia contrariar o karma e livrar-se das más energias. Realmente nos últimos tempos falava muito em reencarnações. Mas daí a emigrar!!! Nunca pensei que a minha querida Imaginação acabasse formatada para a desgraça.

Faziam-lhe falta uns filmes (como as pessoas assistiam nos anos 20 para esquecerem a quinta-feira negra!). Eu disse-lhe. “Vai ao cinema ver um sucesso de Hollywood e isso passa-te.” Parece que se enganou na sala e acabou por ver um filme argentino que a deixou ainda mais deprimida.

Passo a passo vi-a desvanecer-se no meu horizonte. Levava uns sapatos castanhos de salto alto e uma gabardine bege com a gola levantada. Tinha o cabelo solto que se agitava com o vento fraco enquanto caminhava. Ia com um ar misterioso, uma espécie de espia secreta que embarcára numa nova missão: desaparecer.

Foi então que tomei medidas drásticas e entrei em contacto com a PPF (Polícia dos Pensamentos Fugitivos), que rapidamente lançou um alerta nacional. “Desapareceu de sua casa Imaginação, numa tentativa de emigrar e deixar o cérebro em que vivia há mais de 30 anos. Vestia uma gabardine bege... Quem souber do seu paradeiro é favor entrar em contacto com este blog!”

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Um pensamento de Jean de La Bruyère

Aqueles que gastam mal o seu tempo são os primeiros a queixar-se da sua brevidade.

Jean de La Bruyère (1645–1696)