sábado, 4 de dezembro de 2010

Um pensamento de Ernest Renan

A estupidez humana é a única coisa que dá uma ideia do infinito.

Ernest Renan (1823-1892)

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Acontecimentos que a ONU assinala em Dezembro


A ONU - Organização das Nações Unidas foi criada em 1945, no pós II Guerra Mundial. O artº1º da Cartas das Nações Unidas, define os objectivos desta organização, que foi criada com o intuito de manter a paz e segurança internacionais, desenvolver relações de amizade entre as nações, promover a cooperação internacional a nível económico, social, cultural e humanitário, estimulando o respeito pelos direitos do homem, sem discriminação de raça, sexo, língua ou religião.

No ano em que Portugal foi eleito um dos cinco membros não permanentes do Conselho de Segurança para o biénio 2011-2012, relembramos as datas que em Dezembro têm feito história, ao longo de mais meio século, do percurso da ONU.

1 de Dezembro - Dia Mundial da Luta Contra a SIDA

2 de Dezembro - Dia Internacional da Abolição da Escravatura

3 de Dezembro - Dia Internacional das Pessoas com Deficiência

5 de Dezembro - Dia Internacional dos Voluntários

9 de Dezembro - Dia Internacional contra a Corrupção

10 de Dezembro - Dia Internacional dos Direitos Humanos

14 de Dezembro – Criação do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados

18 de Dezembro - Dia Internacional dos Migrantes

20 de Dezembro - Dia Internacional da Solidariedade Humana

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Um pensamento de Friedrich Nietzsche

As mulheres podem tornar-se facilmente amigas de um homem...
Mas, para manter essa amizade, torna-se indispensável o concurso de uma pequena antipatia física!

Friedrich Nietzsche (1844-1900)

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Campanha Publicitária «Se eu fosse seropositivo...»

Em 2010 a associação SER+ e GAT, duas associações de referência na área da intervenção da problemática da infecção pelo VIH/SIDA, lançaram a campanha publicitária «Se eu fosse seropositivo…».

A ideia nasceu em França e expandiu-se, com grande sucesso, por outros países. A participação de figuras públicas, como a do Presidente Sarkozy, contribuiu para a popularidade e impacto desta campanha.

Em Portugal lançou-se o desafio a personalidades da vida pública portuguesa que, pela sua notoriedade, trabalho e carisma, podem contribuir para uma mudança de opinião nos outros, ajudando a romper com estigmas e preconceitos.

No dia em que se assinala o Dia Mundial de Luta Contra a SIDA, 1 de Dezembro, recordarmos alguns cartazes da campanha.







sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Um pensamento de Otto Bismarck

Nunca se mente tanto como em véspera de eleições, durante a guerra e depois da caça.

Otto Bismarck (1815-1898)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Impaciência

A impaciência é uma sensação tramada.

Começamos a ficar com uma espécie de bichos carpinteiros que tomam posse do nosso corpito. Os pés começam a tremilicar. Os dedos numa sucessão de batimentos, que fazem pequenos ruídos, que repetimos... repetimos... repetimos... Há portanto a necessidade de movimento e de marcar uma espécie de compasso.

Uma súbita vontade de nos mexermos invade-nos e ficamos sem paciência para ouvir e para interiorizar aquilo que está à nossa volta. O cenário que nos rodeia torna-se enfadonho e o relógio PÁRA. O tempo passa? Não passa. Congelamos numa infinita sucessão de tic-tacs em câmara lenta.

A impaciência é caracterizada pelo pensamento “E nunca mais chega a hora...” Mas afinal a hora para quê? Para que termine o tempo morto que antecede um acontecimento. Esse acontecimento pode ser tão excitante que estamos ansiosos que comece... e nunca mais começa... Pode ser tão penoso que estamos ansiosos que comece para acabar com o sofrimento... e nunca mais começa... ou simplesmente o momento presente é de tal tédio que estamos ansiosos que comece, outra coisa qualquer.

Queremos tão só passar à acção!!!!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Um pensamento de William Shakespeare

Aceita o conselho dos outros...
Mas nunca desistas da tua própria opinião.

William Shakespeare (1564-1616)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Efeito de Resistência


Por vezes mais do que adiar, ao bom estilo descrito por António Variações “É pr’amanhã, bem podias fazer hoje, porque amanhã sei que voltas a adiar…” criamos perante determinada tarefa o chamado Efeito de Resistência.

Cada vez que pensamos em realizá-la ocorrem-nos mil e uma novas tarefas, e aquela que devia ser a nossa prioridade vai ficando cada vez mais para trás. E não é que a tenhamos esquecido, pelo contrário ela está bem viva na nossa memória, tão viva e com uma transmissão de sensações tão negativa, que é inevitável não sofrer quando começa a chegar o novo momento de a concretizar.

Então o Efeito de Resistência duplica e adiamos, mais uma vez e outra e outra e outra. Até que não podemos adiar mais. Cansados iniciamos a tarefa, com a certeza de que ficará muito aquém das nossas reais capacidades.

Aí culpamos o diabinho que mora em cima do nosso ombro esquerdo, e que passou o tempo a alimentar a nossa mente com desculpas esfarrapadas que nos afastaram daquilo que era realmente inevitável.

Aprender a contrariar o Efeito de Resistência é sem dúvida um bom passo rumo à excelência. Conseguiremos fazê-lo?… acredito que sim, com perseverança e vontade de nos superarmos. Até porque quanto mais cedo terminarmos a horripilante função mais cedo nos livramos do desconforto mental que é pensar em realizá-la.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Um pensamento de Samuel Coleridge

Quem se vangloria de ter conquistado uma multidão de amigos... nunca teve um!

Samuel Coleridge (1772-1834)

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Normas: Entre a Comédia e os Bons Costumes

La Dolce Itália
Cada país tem a liberdade de estipular as consequências do seu próprio direito. A verdade é que o conceito de prevaricador é distinto em cada território, é social, é cultural. Assim como são culturais as situações capazes de nos levar a rir.

Durante o Verão de 2010 a nova legislação das províncias italianas foi sem dúvida surpreendente. Ainda por mais quando o Chefe de Governo (que é confrontado com regularidade com escândalos de natureza diversa) aprovou normas no sentido de permitir aos municípios vigiar e regulamentar “tudo o que possa interessar à segurança e à ordem pública”. A imaginação começou assim a funcionar…

Rir ou corroborar com a moralização de uma sociedade que no entender de alguns é demasiado libertina… ficará no arbítrio de cada um manifestar os seus próprios juízos e sorrisos!

No final de Outubro foi aprovado, pela Assembleia Municipal de Castellamare di Stabia, município do Sul de Itália, com 17 votos a favor e nove contra, um regulamento com 41 regras, com o intuito de "restaurar o decoro urbano", a pensar nos cidadãos "desordeiros, indisciplinados ou simplesmente mal-comportados".

Assim, as mulheres que exibirem saias demasiado curtas, decotes exuberantes ou calças de cintura descaída, podem pagar multas entre 25€ e 500€. O uso de vocabulário obsceno na via pública, jogos de futebol improvisados em parques públicos, ou pessoas a circularem em tronco nu a partir das 22h, é também motivo de sanção.

Já no Verão a lista de prevaricações tinha aumentado noutras zonas do país. Alguns italianos ficaram privados de construir castelos na areia; apanhar conchas e levar areia da praia para casa; dar beijos dentro dos automóveis enquanto o veículo está em marcha, o que pode dar uma multa superior a falar ao telemóvel; andar de socas devido ao barulho que causa; circular com garrafas de vinho ou latas de cerveja na mão; cortar relva ao fim de semana; sentar-se à sombra de monumento local; circular em grupos de mais de duas pessoas em parques públicos, depois das 23h30.

Em Veneza e Assis, é agora proibido pedir esmolas, enquanto que em Verona, os clientes de prostitutas podem ser multados até 500€. As massagens de praia profissionais estão proibidas em toda a Itália, já o topless está vetado no litoral de Ravenna.

Como as leis são diferentes de cidade para cidade, têm gerado confusão entre os italianos e turistas que visitam o país, pelo que já se fala na uniformização das várias normas!

Algures pelo Mundo
Em Singapura foi banida a importação e venda de pastilha elástica, desde 1992, depois do uso indevido das pastilhas que eram coladas nos locais mais inimagináveis. Atirar uma pastilha para o chão hoje em dia pode dar mais de 450€ de multa.

Na Florida, as mulheres solteiras que saltem de pára-quedas ao domingo podem ser presas. Enquanto que no Alabama foi criada uma lei que proíbe os condutores de conduzirem de olhos vendados (teve de se criar uma lei a proibir o óbvio…pelos vistos a autonomia da vontade é mesmo levada à letra: tudo o que não é proibido é permitido!). Já para caçar ratos, com ratoeira, no estado da Califórnia, é preciso licença de caçador.

Na Suíça, puxar o autoclismo nos apartamentos depois das 22h00 é ilegal. Em Amesterdão fumar tabaco num local público, como um café dá multa, já fumar marijuana é legal desde que não seja fumada na rua.

Finalmente esqueçamos as manifestações de afecto em público no Dubai, já que os beijos em público são totalmente proibidos…

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Auto-motivação


Quando a entidade patronal deixa de se preocupar com o colaborador, tem ele próprio de arranjar mecanismos de auto-motivação, sob pena de vir a encarar o local de trabalho como uma espécie de buraco negro, pelo qual caminha sem perceber muito bem onde acaba o dia e começa a noite, onde começam os segundos e acabam as horas.

Sob pena das rotinas se tornarem partes tão integrantes desse universo que se fundem na pessoa, e acaba por começar a ficar desmotivada…. E mais do que nos tornarmos improdutivos, acabamos por nos tornar insatisfeitos!

Então perguntamo-nos, que raio podemos fazer para combater a situação…

No meio de salários congelados, salas sem luz natural, salas com excesso de frio, outras com excesso de calor, acções de formação inexistentes, insectos recorrentes fruto da antiguidade do espaço, planos de progressão inexistentes… sinónimos de estagnação é preciso encarar o lado positivo de tudo.

Cada dia pode ser uma forma de nos auto-superarmos. Criarmos os nossos objectivos, e querermos ser excelentes para nós próprios… inventivos, criativos, auto-avaliarmo-nos, termos a capacidade de perceber naquilo em que podemos melhorar.

Fazer da empresa a nossa empresa, e até esquecer por momentos quem nos “governa” e “dirige”. Se a micro-equipa com que trabalhamos também ela procurar a excelência, podemos na maior parte das vezes afastar de nós a ideia de que há uma entidade desinteressada na nossa existência, apenas preocupada com resultados.

E afinal há sempre o depois das 18horas… e um mundo de coisas novas para fazer todos os dias… como cantaram os Monty Python, no filme Life of Brian: ALWAYS LOOK ON THE BRIGHT SIDE OF LIFE!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Um pensamento de Auguste Barthélémy

O homem absurdo é aquele que nunca muda.

Auguste Barthélémy (1796-1867)

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Mesmos Inputs = Mesmos Outputs


Esta manhã acordei à hora de sempre. Que é como quem diz a hora que me faz correr sempre. A hora que me faz atrasar sempre. A hora que me faz saltar o pequeno-almoço sempre. A hora que me proporciona 5 minutos de péssimo humor sempre.

Enquanto me movia ao bom estilo de “barata tonta”, um rasgo tipicamente “La palissiano”, (que é como quem diz extrema e demasiadamente óbvio) cortou-me o pensamento… como é que eu quero ter um resultado diferente perante um comportamento sempre igual. E quem diz no atraso crónico (relembrar teoria anterior) diz em relação a toda e qualquer área da nossa existência que nos cause algum desconforto e perturbação.

Se os inputs são sempre os mesmos não podemos esperar outputs distintos. Só conseguimos melhores resultados se alterarmos a estratégia. Uma espécie de reiniciar comportamental… Let's try once again!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Um pensamento de Salvador Dali

Inteligência sem ambição
É um pássaro sem asas.

Salvador Dali (1904-1989)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Cântico Negro

Às vezes a poesia tem um lado negro... mas que consegue ser igualmente delicioso e envolvente como o seu lado mais cintilante. Deixo o Cântico Negro de José Régio (1901-1969) declamado por Marco D'Almeida.


"Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
SEI QUE NÃO VOU POR AÍ!




terça-feira, 19 de outubro de 2010

Palavras homónimas


Na escola primária aprendemos a classificar as palavras de diversas formas. As graves, agudas e esdrúxulas. As homófonas, as homógrafas e as homónimas.

Estas últimas são das palavras mais interessantes do nosso vocabulário. Palavras com som e grafia iguais, mas com um significado diferente. Lêem-se e escrevem-se da mesma forma mas representam universos distintos.

Os exemplos que nos são dados a conhecer são básicos, de grau zero diria. MARCO, pode ser um nome próprio ou um depósito de cartas dos ctt. VELA. Pode ser sinónimo de luz, ou de velejar. CANTO. De ter uma bela voz, ou um canto da casa. E por aí fora…

Então um dia crescemos percebemos que o alcance das palavras homónimas é mais extenso do o que pensaríamos à primeira vista. Passo a explicar. Recebemos inocentemente um AMPLEXO, de alguém, que é como quem diz um ABRAÇO. Há então um terceiro alguém a quem resolvemos ofuscar com a nossa erudição de vocabulário e a quem damos um amplexo. Esse terceiro também não sabe o que a palavra significa e vai em busca do significado … e é então que diz à dupla inteligente e erudita “cuidado com as palavras homónimas!!!”….

Vai daí a dupla erudita encontra o tal outro sentido “Amplexo é uma forma de pseudocópula no qual um anuro macho se coloca no dorso do uma fêmea, agarrando-a com as suas patas, enquanto esta faz a postura dos ovos. Nesta altura, o macho fertiliza os ovos com o fluido que contém os espermatozóides”!

Confirma-se a língua portuguesa é muitíssimo traiçoeira!

sábado, 16 de outubro de 2010

Fashion Rules the World


É engraçado perceber que na Blogosfera os visitantes adoram blogs de moda.

Há qualquer coisa de hipnótico em sapatos, malas, brincos, casacos, pulseiras. Uma espécie de identificação entre nós próprios e os objectos. A projecção de como ficaríamos se os usássemos.

De certeza que todos já experimentaram a sensação de contemplação celestial. Aquela em que nos vemos ao espelho e pensamos “Mas que bem...”. Os mais narcisos chegam a enviar uns beijos a si mesmos, ou apontar o dedo qual pistola matadora, premindo o gatilho!

É verdade que o inverso também já nos aconteceu a todos, por vezes também somos invadidos pela sensação de que vislumbramos no reflexo um gremlin, uma gárgula, um gnomo ou coisa parecida…

O que os blogs de moda têm de poderoso é o facto de serem escritos por… pessoas comuns. E isso acresce o fascínio e a identificação com o autor.

Não me parece que a moda seja sinónimo de futilidade. Os bons produtos não têm necessariamente de ser embalados em embalagens descuidadas. O mesmo acontece com as pessoas.

E porque não vibrar com a novidade e a criatividade das várias peças. São obras de arte como uma qualquer pintura ou escultura… e com a vantagem de que as podemos sentir, vestir, usar,incorporá-las… integrá-las no nosso eu!

Uns fazem-no com estilo próprio, outros seguem as tendências básicas com medo da ousadia e da diferença, uns estão na moda, outros estão contemporâneos com classe e distinção! Confesso que sou mais adepta desta última categoria…

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

10 Frases que Inspiram

Há pessoas que nos cativam. Pelo que são. Pelo que foram. Pelo que conquistaram. Ou por algo sábio ou tocante que disseram e que ecoou pelo mundo, transpondo gerações. Deixo 10 frases interessantes... que inspiram.










quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O verdadeiro QUERER

Querer é quase sempre poder.
O que é excessivamente raro é o querer


Alexandre Herculano
(1810-1877)


É comum ouvirmos lamentos diários. As pessoas não gostam da vida que estão a viver. Os empregos que têm não as realizam. As relações que têm não as realizam. As escolhas que fazem não as realizam. As rotinas que têm são cinzentas e monótonas. A verdade é que vivemos numa sociedade cada vez mais insatisfeita.

Ao abrigo da crise e de uma panóplia de perspectivas também elas pouco coloridas, o amanhã vai ficando cada vez mais longe. O adiar da mudança perpetua-se, ou evapora-se essa vontade de mudança um bocadinho ao estilo do filme Revolutionary Road.

É aí que entra a frase de Alexandre Herculano. Quando se quer muito algo, com emoção, com uma vontade genuína, esse algo quase sempre se concretiza. Pode parecer lirismo mas a verdadeira derrota só acontece quando deixamos de tentar.

E é bem mais fácil baixar os braços, ficar com o sabor amargo da desistência, e deixar cair no esquecimento o gosto doce das conquistas. Porque as conquistas têm um gosto muito doce.

É com determinação que enumeramos tudo o que NÃO gostamos e que NÃO queremos. E no meio disto onde é que fica o VERDADEIRO QUERER, o verdadeiro gostar. Talvez não tenhamos um querer real. Talvez Alexandre Herculano tenha razão e o QUERER, com maiúsculas, seja excessivamente raro…

E se fizéssemos um esforço em prol deste querer. As 24 horas de cada dia passam depressa demais, para só se fazerem coisas do lado negro da lista, o lado reluzente deve ser reescrito. Não temos de ser brilhantes… temos antes de ser luminosos.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Cheiro a Naftalina

Quem é que não se recorda do cheiro a naftalina do baú das avozinhas? A pergunta seguinte é óbvia…Quem é que gostava deste cheiro? Nem as traças nem nós. O odor da naftalina é daquelas sensações para esquecer.

E eis que chega o Outono, as primeiras lufadas de vento, as primeiras chuvas, o mau tempo, o ribombar dos trovões… o mau tempo em geral. É aí que algumas almas apegadas às mesinhas ancestrais retiram do sótão os perfumados casacos do Inverno passado.

E é ai que o cheiro a naftalina invade as ruas e os transportes e as pastelarias…e nos faz querer fugir do anacronismo de quem ainda utiliza as bolinhas brancas que à primeira vista se assemelham aos rebuçados bola de neve que também fazem parte do nosso imaginário, mas pelos melhores motivos (o sabor doce, o barulhinho do invólucro transparente)…

Sem se darem conta as pessoas transformam-se numa espécie de doninhas que vão deixando o rasto pela cidade… coitados de nós que nos cruzamos no seu corredor passageiro!!!

Com tanto produto anti-traça…

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Os três estágios de mau humor

Há pessoas que têm mau humor permanente. Outras mau humor passageiro. Outras que simplesmente não o têm.

Estas últimas deviam agradecer às energias divinas por serem uns felizes contemplados para quem o mundo sorri sempre, onde os sonhos são realidades, onde só existem palavras bonitas e boas, onde tudo é paz… e amor. Este grupo é restrito e muito raro.

Já os que padecem de mau humor passageiro são um grupo mais comum. Por vezes factores externos e/ou internos criam-lhes uma pequena nuvem cinzenta, que se materializa em sussurros com pequenas pragas, e em respostas tortas àqueles que se vão atravessando no seu caminho, com questões comezinhas e brincadeiras de ocasião. Estas pequenas feras, são porém inofensivas se ficarem em repouso sem contacto social durante o tempo que dura a perturbação. Este grupo têm tendência para manhãs complicadas que se dissipam depois de uma lufada de ar fresco.

Quanto aos que têm mau humor permanente, são espécies de trato mais difícil. Uma espécie de anti-sociais que no fundo experienciam rasgados laivos de infelicidade. Também este grupo é invulgar. Ainda bem diríamos nós, afinal um sorriso é uma espécie de dádiva…

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Marco Paulo no primeiro dia de Outono (ontem)

Se há rubrica que me anima no infernal transito de manhã, é a caderneta de cromos do Nuno Markl. Os míticos anos 80 ganham um brilho especial, em cada dia é abordado um clássico, desde o menino da lágrima, às bombocas e às calças de fazenda...

Um dos cromos desta semana era trilogia feminina do Marco Paulo. Ou seja as três músicas do cantor que têm nomes de mulheres: Anita, Joana e Susana.

A crónica tinha sido gira, o melhor ainda estava para vir. O autor (sem saber) mudou para sempre a vida de uma doce família…

No dia seguinte Nuno Markl não resistiu a ler um dos comentários deixados no facebook. A ouvinte descobrira naquela manhã que a mãe se inspirara no Marco Paulo para dar os nomes a si e às duas irmãs: Anita, Joana e Susana… coincidência… não…de todo!

Cá está a prova de como um programa de rádio pode traumatizar para sempre… ver para crer!


A ANITA...
Na versão Gato Fedorento: Tesourinhos Deprimentes



Oh JOANA...




E por fim...
SUSANA

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Estereótipos de género

Os homens gostam de futebol. As mulheres gostam de compras.

Dúvidas? Nenhumas. Vejamos um simples estudo de caso.

De olhos a brilhar (de contentamento) o género feminino foi deixado no Dolce Vita Tejo. Os primeiros quarenta minutos foram passados ao telefone, enquanto fazia reconhecimento do local. Restavam-lhe cerca de três horas mais, para ver, experimentar, decidir, optar, escolher, e deixar umas ideias em carteira para uma visita futura.

O género masculino foi directo para o Estádio da Luz, assistir ao Benfica (2) – Sporting (0), na bancada central.

O reencontro de ambos não podia ter sido mais satisfatório. Duas mãos cheias de sacos. Um Benfica vencedor.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Having a bad hair day

Há dias em que acordamos e em temos um problema: o nosso cabelo está indomável!

Ou é a electricidade estática, que nos põe de cabelos em pé. Ou é o remoinho na testa que o espeta para o lado. Está demasiado encaracolado. Está demasiado liso. Está demasiado volumoso. Está demasiado lambidinho. Não o conseguimos lavar. Lavamo-lo e o processo de secagem foi caótico.

Mas temos de sair de casa…

É então que nos tornamos obcecados com os reflexos. Os vidros das montras. O espelho retrovisor do automóvel. O monitor do PC… Mexemos e remexemos. Os homens põe-lhe água, as mulheres atam e desatam com elásticos, põem e tiram ganchos… vale tudo… menos dar uma tesourada!

Nesse dia temos uma sessão de fotos para o cartão do cidadão, para o cartão da empresa, para um artigo que escrevemos para uma revista, ou simplesmente há um colega que faz anos e que quer cristalizar o momento.

Nesse dia temos uma entrevista de trabalho, uma reunião com a direcção da empresa, ou simplesmente convidam-nos de surpresa para um jantar romântico.

Olhamos o nosso reflexo mais uma vez. Temos vontade de enfiar um saco de plástico na cabeça e ficar ali debaixo sem que nos aborreçam… porque raio é que todas as coisas importantes têm de acontecer enquanto temos um “bad hair day”?

Bem… pior que um “bad hair day”… só se for um “bad hair cut”!!!!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Episódio na fila de trânsito


17h30, fila na ponte 25 de Abril. O regresso à outra margem corria como previsto. Paradinha logo na saída a seguir a Monsanto. Eis que um carro pára ao meu lado. O vidro estava aberto, pelo que ouvi chamarem por mim. Um casal de septuagenários, muito caricato e simpático perguntou-me:

- Oh menina! Onde é que é a fila para a ponte? (diz o senhor)
- É esta… (respondi)
- A menina deixa-nos entrar na fila, por favor?! (diz a senhora)
- Com certeza pode passar! (respondi)
- Obrigado Amori! (diz o senhor)

Entraram na fila e quando nos separamos mais à frente, o senhor de braço de fora gesticulou um frenético adeus de agradecimento.

A isto chama-se “condução fraterna” (afinal somos todos irmãos). Ou condução com boas maneiras, onde imperaria o “com licença” e “obrigada”!

A verdade é que as mais das vezes o volante nos transforma… não em seres cor-de-rosinha, mas em ferozes monstros capazes de chacinar o condutor infractor, abusador, desatento, chico-esperto… os nossos instintos selvagens despertam e tornamo-nos PERIGOSOS!!!!

domingo, 12 de setembro de 2010

Um ano de Teorias Sem Garantia

Há coisas que nos motivam. O meu Teorias Sem Garantia motiva-me. Dá-me vontade de escrever disparates e impropérios, delírios e desabafos, anedotas e filosofias.

Longe de ser um diário, diria que tenho uma mais uma espécie de opiário, onde se espelham alucinações alimentadas pelas personagens com que me cruzo todos os dias. São textos que acima de tudo visam caricaturar e estereotipar… a vida!

O giro de se ter um tratado de filosofia barata, é poder escrever desde o assunto mais erudito ao mais brejeiro.

Não o que queria demasiado sensível, nem demasiado estúpido, nem demasiado vazio, nem demasiado profundo. Queria qualquer coisa que desse para reflectir… Consegui. Às vezes com mais originalidade, outras com menos!

Obrigada, aos seguidores, assumidos e incógnitos!

Um ano depois, 114 posts colocados… as teorias continuam.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A vida num teledisco


Entramos no carro. Colocamos a chave na ignição. Deixamos as janelas fechadas. Um dos nossos CD’s favoritos começa a tocar. E assim somos transportados para o nosso teledisco. Que na verdade nem é nosso. São os outros que preenchem as notas musicais que ouvimos. Dão-lhes cor. Emprestam a sua figura, e a sua existência para nós nos abstrair-nos da nossa… e realizarmos espontaneamente uma película.

A música enche o ar…e conseguimos respirá-la e deixar que nos entre em cada poro. Então começamos a olhar para a paisagem. A nossa cabeça fica vazia. Focamo-nos nas pessoas… e naquilo que nossos olhos retêm durante os escassos segundos que as vislumbramos enquanto passamos de carro por elas.

O cão. A senhora gorda com o vestido justo. Um par de seniores com um ar esguio que faz jogging. As folhas que se agitam nas árvores. As nuvens brancas que rasgam o céu azul. O autocarro que pára na paragem. Um casal de mãos dadas que passeia devagar. A velhinha sentada a ver passar o trânsito. E o alcatrão que passa por baixo das nossas rodas.

Todos estão lá menos nós. Nós evadimo-nos numa espécie de teletransporte que nos permite por momentos pairar sobre tudo. Não existir. Contemplar. É então que a música acaba e descemos ao nosso corpo. Abrimos a janela e acaba-se a outra dimensão. Voltamos ao frenesim… À nossa realidade.

Mais tarde, ou amanhã faremos tudo de novo. Talvez a musica seja a mesma, mas os pormenores são outros. E são as diferenças que têm tanta piada!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Posturas pouco estáticas sobre cirurgia estética

Ora aqui está um tema sensível... superficial... mas extraordinariamente realista na sociedade em que vivemos. Bem na sociedade em que vivemos é como quem diz... já a Cleópatra, que nasceu em 69 a.C., era conhecida pelos seus banhos de beleza com leite de burra.

Há pessoas que não se importam com a linha cronológica do tempo, que se sentem mais experientes, que encaram a vida como um processo... um projecto... Outras não se conformam com a perda... e procuram uma espécie de elixir da eterna juventude!

Vale a pena rirmos disso!

POSTURAS POUCO ESTÁTICAS SOBRE A CIRURGIA ESTÉTICA

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Mais um pensamento de Napoleão Bonaparte

Nada é mais difícil e, portanto, tão precioso, do que ser capaz de decidir.

Napoleão Bonaparte (1769 - 1821)

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Leonard Cohen

Leonard Cohen actua no próximo dia 10 no Pavilhão Atlântico. Uma voz envolvente e com um sex appeal inconfundivel... Deixo uma das minhas músicas favoritas.

I'm Your Man



If you want a lover
Ill do anything you ask me to
And if you want another kind of love
Ill wear a mask for you
If you want a partner
Take my hand
Or if you want to strike me down in anger
Here I stand
Im your man

If you want a boxer
I will step into the ring for you
And if you want a doctor
Ill examine every inch of you
If you want a driver
Climb inside
Or if you want to take me for a ride
You know you can
Im your man

Ah, the moons too bright
The chains too tight
The beast wont go to sleep
Ive been running through these promises to you
That I made and I could not keep
Ah but a man never got a woman back
Not by begging on his knees
Or Id crawl to you baby
And Id fall at your feet
And Id howl at your beauty
Like a dog in heat
And Id claw at your heart
And Id tear at your sheet
Id say please, please
Im your man

And if youve got to sleep
A moment on the road
I will steer for you
And if you want to work the street alone
Ill disappear for you
If you want a father for your child
Or only want to walk with me a while
Across the sand
Im your man

If you want a lover
Ill do anything you ask me to
And if you want another kind of love
Ill wear a mask for you

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Um pensamento de Napoleão Bonaparte

Nunca interrompas o teu inimigo enquanto estiver a cometer um erro.

Napoleão Bonaparte (1769 - 1821)

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A eterna figura feminina da vida de um homem OU o complexo de Édipo

Quem é que não conhece a história de Édipo. A célebre personagem da mitologia grega que mata o pai e acaba por casar-se com a mãe. Segundo a lenda o Oráculo de Delfos previra que Laio, rei de Tebas seria assassinado pelo filho que casaria com a sua mulher Jocasta. Assim que o menino nasceu Laio abandonou-o num monte e pregou-lhe um prego em cada pé de modo a tentar matá-lo.

Édipo sobreviveu acolhido por uma família. Anos depois consulta ele próprio o Oráculo e tem a mesma previsão. Então foge sem saber que fugia da família adoptiva. No caminho encontra um homem com quem se envolve numa briga, acabando por matá-lo. Mais tarde derrota a Esfinge, o monstro, que aterrorizava o reino de Tebas. Casa-se e tem quatro filhos.

O homem que matou era Laio, seu pai. E a mulher com quem casou era Jocasta, sua mãe.

Mais tarde Freud recuperou a mitologia e aplicou-a ao desenvolvimento da criança. O chamado complexo de Édipo. Por volta dos três anos, a criança começa a sofrer proibições e deixa de poder fazer certas coisas porque é já é maior. A figura do pai representa a ordem cultural, a censura. A criança também começa a perceber que o pai pertence à mãe e por isso dirige-lhe sentimentos de hostilidade. O menino tem o desejo de ser forte como o pai e ao mesmo tempo odeia-o porque tem ciúmes da mãe, e afirma querer casar com ela.

Quando existem várias crianças numa família, o complexo de Édipo expande-se e passa a ser denominado complexo de família. Quando os filhos crescem, um dos meninos pode, com efeito, tomar a irmã como substituta da mãe, a qual não pode possuir somente para si, porque não conseguiu vencer seu rival, o pai.

A forma como se resolve o complexo edipiano influenciará a vida afectiva futura. Casos excepcionais à parte... resquícios, ficam sempre!

Como dizia uma colega minha. Na vida de um homem para além da mulher há sempre outra mulher… uma mãe, uma irmã, uma filha, ou até uma amiga daquelas que se perdeu a conta aos anos que se conhecem… e por mais asininas e caprichosas que sejam as suas ideias, concepções ou comportamentos, para eles estas terão sempre razão, simplesmente porque Sim!

À mulher resta-lhe um conceito… capacidade de encaixe!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Fechar projectos

Às vezes damos por nós com uma série de portas abertas. São tantas que começam a fazer corrente de ar. E as correntes de ar quase sempre são nocivas para a saúde.

Neste caso podemos dizer que se trata de uma corrente de ar mental, que nos deixa com as ideias frágeis e atordoadas. Diria mesmo engripadas, esgotadas de energia criativa.

Nessa altura percebemos que temos tantos projectos a correr em paralelo que nenhum ganha verdadeiro brilho. Percebemos que adiamos tanto tempo algumas concretizações que estas perderam sentido, e que deixamos de ter tempo útil para realizar outras tantas.

Aí agarramos na chave e vamos trancar portas. Fechar assuntos. Avançar. Decidir. E nessa altura sentimos que afinal evoluímos, talvez não da forma como planeamos inicialmente, talvez não da forma como desejaríamos, mas fomos capazes de deixar de marcar passo e subitamente ganhamos de novo controlo sobre nós próprios!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Marcelino Diamantino

De vez em quando deparamo-nos com alguns personagens que ilustram determinados clichés. Este senhor lembrou-me a célebre personagem de Rafael Bordalo Pinheiro, criada em 1875, o “Zé Povinho”.

Marcelino Diamantino é revisor da CP. Alto, encorpado, barba rala meio feita, meio por fazer. Mãos grossas. Barriga proeminente presa no cinto das calças.

Ar indiferente de quem já calcorreou carruagem a carruagem até perder a conta. Por certo vai de Oeiras ao Cais do Sodré. Do Cais do Sodré a Cascais, sem sequer se aperceber que ao lado há um mar imenso. Que às vezes o sol ilumina a paisagem, e que outras vezes as nuvens lhe conferem um ar cinzento.

Este revisor é ele próprio cinzento. Não é simpático, não é mal disposto. Máquina de conferir bilhetes na mão. Antigamente talvez usasse um daqueles picos que deixavam um furo certeiro nos bilhetes já usados. Agora limita-se a conferir a validade.

Não resisti e olhei para a placa de identificação (não me lembro da ultima vez que tivesse tido curiosidade em saber como alguém se chamava). Lá estava. Marcelino Diamantino. E pensei “que bem que o nome lhe assenta!”

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

“Sou gorda por dentro!!!”

Estávamos numa amena conversa do lanche das 16h30. Não se trata propriamente da conhecida “hora Coca Cola Light”, mas da pausa diária para distender os sobrecarregados neurónios ocupando-os com conversas às vezes leves e interessantes, outras pesadas e dramáticas, e outras ainda fúteis e sem conteúdo.

É então que a minha caríssima colega, com os seus esguios 32 anos, me diz com um ar de pânico. “Nem queira saber! Fui mostrar à médica os resultados das minhas análises, vim de lá com a constatação de que tenho o Colesterol com valores muito superiores ao máximo aconselhável, e os Triglicérides estão na mesma!!!”.

Prosseguiu. “A médica deu-me um raspanete e disse-me que tenho de fazer dieta! Vou desaparecer! Eu que sempre comi tudo porque sou magra… Agora descobri que SOU GORDA POR DENTRO!”

Dá ou não dá que pensar?! Cá está como as aparências iludem. Por trás de uma super barrigita ultra lisa, que nos leva a ir “pecando” com frequência, pode estar escondido o silencioso monstro da gordura…

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Ser magra

Porque será que as tiras da Maitena são tão deliciosas? Arrancam-nos um sorriso “rasgadérrimo” porque temos a sensação de identificação imediata. São a ilustração de clichés que materializam o nosso lado paranóico, delirante, complexado, malandro, entusiástico, ardente, frágil, encantador, problemático, extravagante, caloroso, vulnerável, raivoso, indeciso, delicado, apaixonado, amoroso, desfeito, miserável, puro, verdadeiro…. FEMININO.


sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Pipocas no cinema


Os filmes exibidos no cinema King são por norma fora do mainstream cinematográfico exibido na maioria das salas do país. Aqui já se sabe que não há pipocas, nem comida de qualquer espécie entra dentro da sala. É assim, porque os amantes destas películas veneram o cinema, como uma obra de arte que tem de ser respeitada.

Não tenho nada contra este princípio, mas as idas sucessivas a centros comerciais, despertaram-me o gosto de de vez em quando levar para dentro da sala um pacote de pipocas doces e salgadas, que vão deliciosa e ruidosamente sendo ingeridas de cena em cena.

Mas o acto de comer estes “milhos em flor” nem sempre é pacífico, nem apreciado pelos demais espectadores. Outras vezes é a nós próprios que causa embaraço…

Ora quem é que já não tropeçou e encheu a sala de pipocas? Ou deu um solavanco a meio do filme surtindo o efeito anterior? Quem é que já não teve um roedor a mastigar incessantemente ao seu ouvido? Quem é que já não se sentiu desenquadrado, mastigando pipocas numa sessão de um filme alternativo (lá por ser exibido num centro comercial, não deixa de respeitar a regra da “obra de arte”) Quem é que não levou pipocas para dentro de um filme silencioso, em que só as mordia de meia em meia hora, durante uma cena mais ruidosa?Ah pois…

Nunca fiz das pipocas um ritual cinematográfico, mas de vez em quando, sabem tão bem!!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O peixe que sabia a mofo…

O peixe que sabia a mofo, ou a noite em que o Benfica perdeu com o Porto.

Final de tarde de Sábado. Segundo o comentário do LC, para ser um Sábado perfeito só faltava jantar num sítio simpático e o Benfica ganhar a taça. Nesse mesmo dia o meu rico primo infernizara a vida à namorada e à irmã, barafustando contra a praia, que os três desfrutaram durante toda a tarde.

Os nossos planos convergiram com os deles nesse final de Sábado em Galapinhos. “E que tal se fossemos a Setúbal comer um belo peixe assado?”. Alinhamos de imediato. “Pedimos a uns amigos umas dicas de um sítio descontraído, com peixe fresco e sobretudo que tenha grandes ecrãs plasma”, comentaram.

Descemos a Avenida Luísa Todi. Estacionamos e dirigimo-nos para o pé da lota. Do restaurante nada. A caríssima prima, triste por não encontrar o local, telefona à amiga para que lhe desse as coordenadas precisas. Et voilá… caminhamos junto ao Sado rumo a uns terrenos mal amanhados e descobrimos o “Bombordo”.

O aspecto meio sujo deixou-nos reticentes, mas a proximidade da hora do jogo, levou a que entrássemos. Deparamo-nos com dois televisores com ar de caixote, um dos quais estava avariado. O primo começou a ficar alterado. Avisaram-nos que dentro de instantes ia começar um momento de música ao vivo. O cenário ideal. O jogo mal se via. O artista cantava Rui Veloso (versão brasileira) em plenos pulmões.

O pior não tardava a chegar. O peixe. Um rodízio de peixe que devia conhecer todos os setubalenses, ou talvez todos os habitantes do distrito.

Salgado. Torriscado….Carapaus a saber a mofo. Os clientes da casa condiziam com o ambiente em geral. Quanto à cereja no topo do bolo: baratas castanhas a passear na calçada…. Felizmente conseguimos resistir à tentação imaginativa de as vislumbrar dentro do recinto.

E no meio disto o Benfica perde. E alguém na mesa quase que estrangula os companheiros de jantar… Sobrevivemos ilesos!!!!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

“As vidas dos outros”

Os Anaquim têm uma música gira “As vidas dos outros”. Fala da forma como simplificamos os problemas alheios e “monstruizamos” os nossos.

A verdade é que a vida dos outros é simples. Nela tudo é fácil de resolver. Por vezes levamos as mãos à cabeça com tamanho disparate que vemos os outros fazerem. Usamos o nosso lado crítico e ponderado que nos leva a encontrar todas as respostas.

Na vida dos outros conseguiríamos encontrar a perfeição enquanto pessoas. O certo e o errado têm limites bem traçados. As emoções são balizadas e é fácil perceber os exageros, os pecados. É fácil de dissipar todas as dúvidas. É fácil de equacionar todas as respostas.

Na vida dos outros somos muito racionais a dar conselhos. A hierarquizar prioridades. A relativizar situações. A acabar com relacionamentos. A esquecer pessoas. A dar a resposta adequada. A evitar discussões. A arriscar. A fazer dieta. A fazer exercício. A assumir sentimentos. A aceitar criticas. A evitar ciúmes. A resolver pendências. A encontrar o trabalho certo. A viver...

A vida dos outros é muito mais fácil de viver… que a nossa!




ANAQUIM - As Vidas Dos Outros

Eu sou tão bom a falar das vidas dos outros
Há sempre um conselho a dar p'rás vidas dos outros
Nada é eterno e se aguentarmos todo o mal tem fim
É fácil ter calma quando a alma não me dói a mim
Eu sou tão bom a tornar todo o mal inerte
Se é aos outros que lhes custa que o passado aperte
Mas quando a inquietude vem toda para o meu lado
Deita-se, desnuda e não desgruda até me ter vergado

É tão simples quando estou de fora
A ver passar as nuvens pelo ar
Aplaudir, rever-me e concluir
Que eu também já lá estive e...
Já soube ultrapassar
Só a mim é que ninguém me entende
E a minha dor não tem como acabar
Ai quão melhor era acordar um dia
E ter as vidas dos outros todas em meu lugar

As vidas dos outros nunca me soam mal
Veêm problemas no que é no fundo normal
Ai se eles soubessem como é viver assim
As vidas dos outros são tão simples para mim

Eu sou tão bom a falar das vidas dos outros
Sempre me sei comportar nas vidas dos outros
Volta, revolta, o melhor está para vir
Solta tudo agora, não demora, tornas a sorrir
Eu são tou bom a apagar qualquer mau momento
Se é aos outros que lhes bate à porta o sofrimento
Mexe, remexe, alguma coisa hás-de encontrar
A solução é procurar

Eu sou tão bom a falar
Eu sou tão bom a cantar
Eu sou tão bom a contar as vidas dos outros
Eu sou tão bom a falar
Eu sou tão bom a curar
Tudo menos o meu próprio mal

As vidas dos outros nunca me soam mal
Veêm problemas no que é no fundo normal
Ai se eles soubessem como é viver assim
As vidas dos outros são tão simples para mim

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Conte uma Fábula e Melhore o seu EU

Durante um zapping radiofónico matinal, parei por acaso na Antena1 e ouvi a Fábula da Galinha dos Ovos de Ouro, de La Fontaine. A história é mais ou menos assim.

Um homem tinha uma galinha que punha um ovo de ouro por dia. Não satisfeito com a quantidade, o proprietário decide cortar o pescoço à galinha de modo a descobrir o tesouro que o animal tinha dentro da barriga. Qual não é o seu espanto quando descobre que nada havia dentro da galinha. Era uma galinha normal igual às outras!

Moral da história, a ganância de tudo querer, leva a que tudo se perca.

A verdade é que as fábulas têm uma componente educativa interessante, útil e necessária. Para além de estimularem a imaginação, ajudam a construir o nosso EU social. Relembremos as boas fábulas e aprendamos a ser melhores pessoas.


Movimento Conte uma Fábula e Melhore o seu EU

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Pendurite… mais ou menos aguda

A pendurite, mais ou menos aguda, é um distúrbio típico dos condutores… que não estão a conduzir.

Vejamos. No momento em que o condutor passa para o lugar do pendura, geralmente num carro que não é o seu, a pessoa começa a sofrer um processo de transformação. Olha fixamente para a estrada. Um nervoso miudinho percorre-lhe todo o corpo. Começa-se a mexer no banco. Pressiona os pés contra o vazio em busca do pedal do travão.

Numa outra fase da pendurite, o pendura, chega a pressionar um braço, uma perna, ou o pescoço do condutor exteriorizando assim sua intenção de travar.

Às manifestações físicas acrescem manifestações verbais. São muito comuns interjeições como “o sinal está vermelho”, “tens aí um stop”, “não vás na faixa da esquerda”, “não te aproximes tanto do carro da frente”, “daquele lado há menos fila”, “podias ter seguido por ali”… às vezes é mais directo outras vezes opta pela técnica das dicas, em que vai subtilmente (pensa ele que é subtil) dando sugestões de condução.

A pendurite tolda portanto a parte racional, que permite ao pendura verificar que o actual condutor também tem olhos, cérebro e mais…SABE conduzir!!!

Testes comprovaram que se o condutor for pendura no próprio veículo a manifestação da pendurite quadruplica de intensidade.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Um pensamento de Truman Capote

A vida é uma peça de teatro razoavelmente boa com um terceiro acto mal escrito.
Truman Capote (1924-1984)

terça-feira, 20 de julho de 2010

A Tunísia em tons de azul – Última parte

“Viajar é nascer e morrer a todo o instante”, disse um dia Victor Hugo. A verdade é mesmo essa. Nascemos ao descobrir sítios novos e é como se morrêssemos em cada regresso. Se pensarmos bem é uma frase inspiradora, afinal multiplicamos a nossa existência e isso possibilita-nos viver muito mais. Deixo uma selecção de fotos tiradas na viagem (by LC).