terça-feira, 22 de junho de 2010

Sem certeza…

Quando entrei para o ciclo, num dos primeiros testes de ciências da natureza, deparei-me com algumas dúvidas na resolução. Então tive a ideia brilhante de escrever junto a cada questão “sem certeza”. Não queria parecer estúpida. Se estivesse mal ao menos não demonstrava convicção no erro…Tive como nota “excelente” e o aviso de que se voltasse a repetir a proeza as perguntas seriam cotadas como erradas…

A verdade é que na generalidade das vezes as certezas simplesmente não existem. Vivemos num espécie de limbo permanente. Como artistas de circo que atravessam as alturas sob cordas finas, às vezes sem rede. Como montanhistas que desafiam as alturas, às vezes sem ar. Como desportistas que descem rápidos desconhecidos, em caiaques frágeis. Acredita-se que se pode chegar… mas a certeza nunca se tem.

De um momento para o outro levanta-se uma tempestade. E as casas voam. E os barcos naufragam. E as plantações ficam destruídas. E chega o fim de qualquer coisa. Porque seja lá o que for, teve um início, e terá (agora sim com certeza) um desfecho.

Só não podemos pensar nele…ou acabamos por cobrir a luz da esperança.