quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Governo decreta que todos os anos serão bissextos

Hoje é dia 29 de Fevereiro. Não podia deixar de colocar um post, caso contrário só em 2016 conseguiria repetir a proeza.

2012 é portanto um ano bissexto, com dia a mais. A nossa existência aumenta um dia, ao invés de 365, podemos desfrutar mais 24 horas intensas, perfazendo um total de 366 dias entre aniversários.

O ajuste é feito com o objectivo de manter o calendário anual ajustado à translação da Terra, adequando-a às estações.

Mas vendo bem as coisas as estações já não é o que eram… chuva nem vê-la e se bem me recordo o Verão foi tão comprido que quase chegou a Dezembro… inevitavelmente somos conduzidos para um raciocínio imbuído na austeridade que tanto se preconiza em Portugal e na Europa.

Ora se o dia a mais do ano bissexto serve para ajustar o homem à natureza, e se a natureza anda tão enlouquecida (talvez pela acção do próprio homem, embora isso não seja relevante para agora) então paralelamente à supressão dos feriados nacionais, civis e religiosos, o governo devia decretar que de agora em diante todos os anos teriam 366 dias de labor intenso, com um consequente aumento da produtividade.

Governo decreta que todos os anos serão bissextos, não foi a manchete dos jornais de hoje mas podia ter sido.

Ai estaria uma medida digna de AUSTERIDADE, com A maiúsculo!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O artista


“O artista” foi o filme vencedor da 84ª edição dos Óscares. Francês, mudo e a preto e branco tornou-se o primeiro filme não anglo-saxónico a vencer o prémio de "Melhor Filme". Arrecadou ainda as estatuetas douradas de melhor actor, Jean Dujardin, melhor realizador, Michel Hazanavicius, melhor guarda-roupa e melhor banda sonora original.

O filme conta a história da decadência do cinema mudo e os primeiros tempos do cinema sonoro. A personagem, George Valentin, interpretada por Jean Dujardin , é uma estrela do cinema mudo que não aceita as mudanças na indústria, trazidas pela introdução do som. Para mostrar que o cinema mudo continua a ser o preferido do público Valentin tenta produzir os seus próprios filmes mudos, que não têm a aceitação daqueles que o adoravam. A estrela cai… e a fama dá lugar ao insucesso. Em simultâneo, a jovem actriz Peppy Miller, interpretada por Bérénice Bejo, que Valetin ajudara a lançar torna-se na nova deusa do cinema sonoro.

No final de uma forma peculiar Valetin acaba por se render aos novos encantos da sétima arte.

Um filme mudo onde aparecem inusitados momentos sonoros. Uma experiência “nova”… a mensagem para além da palavra. Recomendo.



domingo, 26 de fevereiro de 2012

World Press Photo 2000- 2011 | Fotos Vencedoras

Samuel Aranda, de nacionalidade espanhola, é o fotógrafo vencedor da edição 2011 do World Press Photo. Uma mulher de burca que segura um ferido. A foto foi tirada numa mesquita que servia de hospital às vítimas. Deixo as fotos vencedoras dos últimos anos.


Samuel Aranda, 2011



Jodi Bieber, 2010



Pietro Masturzo, 2009



Anthony Suau, 2008



Tim Hetherington, 2007



Spencer Platt, 2006



Finbarr O'Reilly, 2005



Arko Datta, 2004



Jean-Marc Bouju, 2003



Eric Grigorian, 2002



Erik Refner, 2001



Lara Jo Regan, 2000



http://www.archive.worldpressphoto.org/years

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O fim da paixão

Um dia acordamos sozinhos apesar de alguém dormir ao nosso lado. E deixamos de ver a vida com uns óculos cor-de-rosa e com borboletas saltitantes no estômago. Ao invés disso colocamos uns óculos cinzentos onde só conseguimos perspectivar os defeitos e os maus comportamentos daquele que pensávamos que íamos amar para a vida. Então pensamos: “o que é que estou aqui fazer?”. Achamos que ao nosso lado repousa apenas um corpo e que a felicidade já não está presente.

Então com a nossa honestidade, inevitavelmente cruel, dizemos que temos dúvidas acerca do futuro, porque afinal o presente deixou de ser atractivo. Deixamos de ver as pétalas vermelhas da rosa e vemos apenas o vermelho do sangue causado pelos espinhos de quem começamos a deixar de mansinho.

Com a delicadeza da incerteza, douradas pelas dúvidas envoltas de palavras que ainda deixam antever amor, começamos a matar aquele cujos óculos ainda têm as lentes cor-de-rosa. Esses pobres ainda apaixonados e esperançados no futuro, que foram muitas vezes incorrectos e até malvados, ficam à mercê dessa esperança. Sedentos por água fresca no deserto… mas o deserto é o deserto e a água é tépida e não lhes mata a sede… mata-os a eles.

Vivem da tal esperança de voltarem a ser acolhidos. Sem perceber que estão apenas como uma espécie de dead man walking, a caminharem para um julgamento cuja sentença já foi decidida, pelo acumular de mau comportamento e actos irreflectidos que foram somando, e que deixaram de ter perdão… quando a paixão terminou.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Mixórdia de Temáticas - Luta Contra a Droga

Ora aí está Ricardo Araújo Pereira nas manhãs da Comercial. Hoje o tema foi a Luta Contra a Droga. Que antídoto genial para começar o dia... Rir é sem sem dúvida o melhor remédio! Deixo o leitor/ouvinte com o "Júlio Ribeiro", um tolinho anti-drogas... com uma visão muito à frente...


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

The Gift - Primavera

Os The Gift andam em digressão pelo País... a anunciar a Primavera... Doce ou com espinhos... o que é certo é que em breve as andorinhas estarão de regresso!



PRIMAVERA

Sábado à noite não sou tão só
Somente só
A sós contigo assim
E sei dos teus erros
Os meus e os teus
Os teus e os meus amores que não conheci

Parasse a vida
Um passo atrás
Quis-me capaz
Dos erros renascer em ti

E se inventado, o teu sorriso for
Fui inventor
Criei o paraíso assim

Algo me diz que há mais amor aqui
Lá fora só menti
Eu já fui de cool por aí
Somente só, só minto só
Hei-de te amar, ou então hei-de chorar por ti
Mesmo assim, quero ver te sorrir...
E se perder vou tentar esquecer-me de vez, conto até três
Se quiser ser feliz...

Se há tulipas
No teu jardim
Serei o chão e a água que da chuva cai
Para te fazer crescer em flor, tão viva a cor
Meu amor eu sou tudo aqui...

Sábado à noite não sou tão só
Somente só
A sós contigo assim
Não sou tão só, somente só

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

"Como Esquecer" - Um texto de Miguel Esteves Cardoso



Há textos intemporais… de vez em quando dou de caras com este, quando me ponho em arrumações de ficheiros e a fazer feng shui ao computador.

Paro. leio. Aprecio. reconheço… reconheço-me… e a todas as pessoas que amei e amo de verdade. Lembro-me de chorar dias a fio quando perdi o meu avô. Tinha 12 anos. Tenho pena que não me tivesse visto crescer. Recordei o sabor do trinajanrus de limão que me comprava no café vezes sem conta. Um dia a dor passou sem eu me aperceber passei a sorrir quando me lembrava dele.

O Miguel Esteves Cardoso tinha razão, há 20 anos quando escreveu este texto. Não nos podemos obrigar a esquecer, temos de nos permitir esquecer. Com a Dor. Com a Raiva. Com as Memórias. Quando estivermos preparados, um dia sorriremos ao recordar.


COMO ESQUECER

Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa, como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já não estar lá?

As pessoas têm de morrer, os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar. Sim, mas como se faz? Como se esquece?

Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas!

É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou coração. Ninguém aguenta estar triste, ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguém antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que se pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso primeiro aceitar.

Dizem-nos depois para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se tudo na alma, fica tudo desarrumado.

E o esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar.

Porque é que sempre nos momentos em que estamos mais cansados ou mais felizes que sentimos mais a falta das pessoas de quem amamos? O cansaço faz-nos precisar delas. Quando estamos assim, mais ninguém consegue tomar conta de nós. O cansaço é uma coisa que só o amor compreende. E a felicidade faz-nos sentir pena e culpa de não a podermos partilhar. É por estarmos de uma forma ou de outra sozinhos que a saudade é maior.

Mas o mais difícil de aceitar é que há lembranças e amores que necessitam do afastamento para poderem continuar. Às vezes a presença do objecto amado provoca a interrupção do amor. E a complicação, o curto-circuito, o entaralamento, a contradição que está ali presente, ali, na cara do coração, impedindo-o de continuar.

As pessoas nunca deveriam morrer, nem deixarem de se amar, nem separar-se, nem esquecer-se, mas morrem e deixam e separam-se e esquecem-se. Custa aceitar que os mais velhos, que nos deram vida, tenham de dar a vida para poderem continuar vivos dentro de nós. Mas é preciso aceitar. É preciso aceitar. É preciso sofrer, dar urros, dar murros na mesa, não perceber. E aceitar. Se as pessoas amadas fossem imortais perderíamos o coração. Perderíamos a religiosidade, a paciência, a humanidade até.

Há uma presença interior, uma continuação em nós do que desapareceu, que se ressente do confronto com a presença exterior. É por isso que nunca se deve voltar a um sítio onde se tenha sido muito feliz. Todas as cidades se tornam realmente feias, fisicamente piores, à medida que se enraízam e alindam na memória que guardamos delas no coração. Regressar é fazer mal ao que se guardou.

Uma saudade cuida-se. Nos casos mais tristes separa-se da pessoa que a causou. Continuar com ela, ou apenas vê-la pode desfazer e destruir a beleza do sentimento, as pessoas que se amam mas não se dão bem só conseguem amar-se bem quando não se dão. Mas como esquecer? Como deixar acabar aquela dor? É preciso paciência. É preciso sofrer, é preciso aguentar.

Há grandeza no sofrimento. Sofrer é respeitar o tamanho que teve um amor. No meio do remoinho dos erros que nos revolver as entranhas de raiva, do ressentimento, do rancor – temos de encontrar a raíz daquela paixão, a razão original daquele amor.

As pessoas morrem, magoam-se, separam-se, fazem os maiores disparates com a maior das facilidades. Para esquecê-las é preciso chorá-las primeiro. Esta é uma verdade tão antiga que espanta reparar em como ainda temos esperanças de contorná-la. Nos uivos das mulheres nas praias da Nazaré não há “histeria” nem “ignorância” nem “fingimento”. Há a verdade que nós, os modernos, os tranquilizados, os cools, os cobardes, os armados em livres e independentes, os tanto-me-fazes, os anestesiados, temos mesmo de enfrentar.

Para esquecer uma pessoa não há vias rápidas, não há suplentes, não há calmantes, ilhas das Caraíbas, livros de poesia – só há lembrança, dor e lentidão, com uns breves intervalos pelo meio para retomar fôlego. Esta dor tem de ser aguentada e bem sofrida com paciência e fortaleza. Ir a correr para debaixo das saias de quem for é uma reacção natural, mas não serve de nada e faz pouco de nós próprios. A mágoa é um estado natural. Tem o seu tempo e o seu estilo. Tem até uma estranha beleza. Nós somos feitos para aguentar com ela.

Podemos arranjar as maneiras que quisermos de odiar quem amamos, de nos vingarmos delas, de nos pormos a milhas, de lhe pormos os cornos, de lhe compormos redondilhas, mas tudo isso não tem mal. Nem faz bem nenhum. Tudo isso conta como lembrança, tudo isso conta como uma saudade contrariada, enraivecida, embaraçada por ter sido apanhada na via pública, como um bicho preto e feio, um parasita de coração, uma peste inexterminável, barata esperneante: uma saudade de pernas para o ar.

O que é preciso é igualar a intensidade do amor a quem se ama e a quem se perdeu. Para esquecer é preciso dar algo em troca. Os grandes esquecimentos saem sempre caros. É preciso dar tempo, dar dor, dar com a cabeça na parede, dar sangue, dar um pedacinho de carne.

E mesmo assim, mesmo magoado, mesmo sofrendo, mesmo conseguindo guardar na alma o que os braços já não conseguem agarrar, mesmo esperando, mesmo aguentando como um homem, mesmo passando os dias vestida de preto, aos soluços, dobrada sobre a areia de Nazaré, mesmo com muita paciência e muita má-vontade, mesmo assim é possível que não se consiga esquecer nem um bocadinho.

E quando alguém está sempre presente? Quando é tarde. Quando já não se aguenta mais. Quando já é tarde para voltar atrás, percebe-se que há esquecimentos tão caros que nunca se podem pagar.


Miguel Esteves Cardoso – Publicado no Semanário Independente a 26/10/1990 (reeditado no livro "Último Volume")

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Piadas de amigos - Yannick Djalo

Já se previa que o Yannick Djalo viesse a jogar no Benfica... Com uma filha Lyonce Viiktórya... Ora Lyonce de Leão... e Viiktórya de Águia!!!

Já agora Lyoncifica o teu nome em http://lyoncificaoteunome.com/

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Bicicleta com glamour

Quem é que disse que andar de bicicleta não podia ser glamouroso?

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

"Brigas nunca mais"

Cada um de nós tem fases musicais. A fase bossa nova é regada por um misto prazeroso entre a nostalgia e a boa disposição desmesurada. Impossivel não cantarolar e deixar o corpo fluir com o ritmo... Elis Regina tem este poder... e então se cantar Jobim...

Um delicioso minuto e 8 segundos...

Brigas Nunca Mais Tom Jobim

Chegou, sorriu, venceu depois chorou
Então fui eu quem consolou sua tristeza
Na certeza de que o amor tem dessas fases más
E é bom para fazer as pazes, mas
Depois fui eu quem dele precisou
E ele então me socorreu
E o nosso amor mostrou que veio prá ficar
Mais uma vez por toda a vida
Bom é mesmo amar em paz
Brigas nunca mais

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Um pensamento de Pablo Neruda

Mediremos a vida em metros, quilómetros ou meses?

Pablo Neruda (1904-1973)


A Su trouxe-me esta frase de outro continente. Achei-a deliciosa. Está pendurada junto à minha secretária, e é inevitável contemplá-la de vez em quando.

Tenho com ela uma conexão especial. Pouco tempo antes de a receber tinha dado por mim a questionar-me sobre algo parecido. Mas com a inocente pretensão de que era um pensamento tão simples, e tosco, e estapafurdio, que ninguém alguma vez perderia tempo a desconstruí-lo.

Dei por mim a passar no corredor de passadeira vermelha pelo qual caminho quase todos os dias há nove anos. E pensei. "Há tanto tempo que passo aqui, para trás e para frente... Quantos quilómetros já terei percorrido neste corredor ao longo deste tempo?

Quantas estações passaram? Com quantas roupas diferentes? Com quantos papeís mão? Com quantos pensamentos? Com quantas dúvidas? Com quantas alegrias? Para trás e para a frente... Quantos quilómetros?!"

Talvez Neruda estivesse a passar no seu corredor vermelho quando reflectiu sobre isto. Talvez tenha percebido que a vida não se mede em metros ou quilómetros ou meses, mas sim em emoções. Em rasgos de felicidade. É isso que lhe dá sentido. Seja lá o que o que signifique a felicidade para cada um de nós...

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Rebecca Dautremer

Andava eu à procura de um calendário para 2012 (depois de chegar à conclusão que os nossos parceiros este ano ano não nos iam oferecer nem um calendário de bolso) e eis que dou de caras com a "Alice no País das Maravilhas", com ilustrações de Rebecca Dautremer. Pesquisa puxa pesquisa e do calendário fui dar ao site desta ilustradora que tem tanto de doce, como de bem humorada... já para não mencionar que tem um nome lindo!!!