segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Um pensamento de Mário Quintana

O maior chato é o chato perguntativo.
Prefiro o chato discursivo ou narrativo, que se pode ouvir enquanto se pensa noutra coisa.

Mário Quintana (1906-1994)

domingo, 27 de janeiro de 2013

“Deus e o Diabo é que me guiam mais ninguém!”

Não podemos colocar nas mãos dos outros as nossas decisões. Cabe-nos a nós definir as coordenadas da batalha naval. Eliminar os obstáculos, apagar as incertezas… pensar… agir.
 
Podemos até ouvi-los… pedir-lhes conselhos… reflectir. Mas será desastroso deixar nas mãos de outrem aquilo que nos compete realizar. Mais tarde ou mais cedo acabaremos envoltos de arrependimento.
 
Se há alguém com quem não podemos deixar de ser honesto é com a nossa alma. Aquela que habita em nós 24 horas por dia e que sabe tudo, mesmo aquilo que ousamos negar deixando a razão falar mais alto.
 
“Deus e o Diabo é que me guiam mais ninguém!”, cada um sentado num ombro a dar palpites. Depois de infindáveis discussões acesas, quando cá fora tudo parece calmo e aqueles dois se debatem até à exaustam de cada neurónio, há um que vence. E então, não há que ter medo de escolher um caminho, o NOSSO caminho... a isso chama-se viver!



Cântico Negro - José Régio

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Coisas difíceis de encontrar * 4

Um TREVO de quatro folhas
 

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Um pensamento de Pierre Laclos

Uma oportunidade falhada, pode reencontrar-se, ao passo que jamais recuperamos uma tentativa precipitada.

Pierre Laclos (1741-1803)

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Coisas difíceis de encontrar * 3

Casais (aparentemente) perfeitos.
 
 
PS. Pensando bem casais APARENTEMENTE
perfeitos são o mais FÁCIL de encontrar.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Um dia recebes poesia

A capacidade de surpreender e de sermos surprendidos dá-nos um toque racio-emocional que nos humaniza.
 
Há dias estava eu ocupada com a minha escrita e com os meus prazos quase sempre falhados, quando recebo a visita de EC. Creio que não o via há uns três anos. Costumava aparecer com frequência quando a mulher IC, trabalhava connosco antes de se reformar.
 
Nesse dia trouxe uma caixinha de trufas de chocolate preto para a minha colega. A mim perguntou-me pela poesia. Sabe que gosto de ler, anos antes oferecera-me a antologia de Florbela Espanca. "Ando afastada dos poemas", comentei.
 
Ficamos enternecidas de o ver. "Apareça mais vezes". Não o dissemos como frase feita, mas sim com o sentimento genuíno, queriamos mesmo que repetisse a visita, porque há pessoas que nos fazem sentir felizes.
 
No dia a seguir recebi uma encomenda. Normalmente, quando me faltam alternativas envio os meus devaneios made in internet para o trabalho, é a única forma de evitar deslocações ao correio. Mas não me lembrava de ter encomendado nada...
 
Pego no pacote e vejo o nome do remetente... ainda antes de abrir exclamei "Recebi POESIA!". Abri o envelope e lá estava ele Fernando Pessoa, Antologia Poética. No interior uma nota com a sugestão de que começasse pelo "Tabacaria". E um pedido de desculpa pela caligrafia, o que me fez esboçar um sorriso (afinal eu já sabia que uma das coisas que mais o aflige aos 88 anos é estar a perder a visão, logo ele que adora ter por companhia os seus amados autores).

Há gestos que não têm preço... e que nos trazem poesia à vida!


TABACARIA (Álvaro de Campos - 15/01/1928)

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
(...)
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
(...)
Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.
(...)

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Damien Rice...

Há imenso tempo que não ouvia Damien Rice (há anos estaria mesmo tentada a afirmar).  Algumas músicas são nostálgicas. São daquelas perigosas que  têm a capacidade de nos entristecer se são estivermos suficientemente fortes. Mas a letra é tão poderosa e o som tão envolvente que não resisti em relembrar duas delas.
 
Lembro-me de tocar o Cd vezes sem conta no carro, naquelas viagens que fazemos sozinhos e em que aproveitamos para cantar, reflectir, ouvir a música percorrer o nosso filme e concordar "Some things in life may change | And some things they stay the same | Like time, time, there's always time"!!!

Older Chests




The Blower's Daughter


terça-feira, 15 de janeiro de 2013

domingo, 13 de janeiro de 2013

Um pensamento de Eugène Delacroix

O segredo para não ter tédio, pelo menos para mim, é ter ideias.

Eugène Delacroix (1798-1863)

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Coisas difíceis de encontrar * 2

RAIOS DE SOL num dia de chuva.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Black feelings

Quando te sentes assim...
 
 
... é bom ter um amigo que te faz mudar de perspectiva! 
 
 
Thanks sweet P....

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Coisas difíceis de encontrar * 1


MEIAS perdidas debaixo dos lençóis!!

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Um pensamento de Victor Hugo

Nada é tão poderoso no mundo como uma ideia cuja oportunidade chegou.

Victor Marie Hugo (1802-1885)

domingo, 6 de janeiro de 2013

Um homem não chora

 
Um homem não chora… só se não calhar!
 
Ok uma mulher chora mais. Deve ter um saco lacrimal proporcional à sensibilidade. E à capacidade de se emocionar mais frequentemente. (Assim, tipo eu esta tarde a ver os Miseráveis, quando na cena final deixei verter uma lagrimazinha que me percorreu o rosto. Deixei-a cair para evitar o gesto de a parar.) No fim todos temos vergonha de nos mostrarmos crus e humanos.
 
Estupidamente as lágrimas estão associadas a fraqueza. É por isso que só em último caso os espécimes do sexo masculino choram em público.
 
Entre nós mulheres há uma espécie de empatia inata. De compreensão instantânea. Uma sensação de deja vu, que nos permite ter a certeza de que tudo vai ficar bem.
 
Confesso que de todas as vezes que vi um homem chorar me senti mais impotente perante a sua tristeza. “O caso é grave!” Pensamos e tentamos que o momento passe depressa porque nos sentimos desengonçadas ao dar um abraço, ou a passar a mão pelo cabelo. Na verdade ficamos enternecidas por ver que pouca coisa se explica apenas pelo género.
 
Um homem não chora… só se não calhar... e é tão bom saber isso!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Um pensamento de Oscar Wilde

Egoísmo não é viver à nossa maneira, mas desejar que os outros vivam como nós queremos.

Oscar  Wilde (1854-1900)

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Pérolas na Cidade * 4

Estação do Cais do Sodré, Metro de Lisboa.  
 

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Um pensamento de Walter Scott

Aos tímidos e aos indecisos, tudo se torna impossível porque assim lhes parece.

Walter Scott (1771- 1832)

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Hello New Year!


Para o ano 2013 a minha lista de resoluções encolheu substancialmente. Mais do que procurar alguma coisa espero continuar a ser encontrada por uma sucessão de acontecimentos pequeninos, mas memoráveis. Mais do que grandes projectos, aguardo por inesperadas concretizações.
 
“Fora de cena quem não é de cena”, a nova temporada 2013, já começou. Contará por certo com muitos dos mesmos actores e cenários, alguns sairão provisoria ou definitivamente, mas muitos outros estão prestes a entrar.
 
Não há guião... mas afinal as cenas de improviso têm muito mais piada!