quarta-feira, 28 de abril de 2010

O chefe que lambia botas


De vez em quando cruzamo-nos com umas figuras engraçadas que vão inspirando umas caricaturas sociais. Hoje dedicamo-nos aos chefes que lambem botas!

Este género integra por norma figuras pouco carismáticas, a quem não são reconhecidas grandes capacidades de liderança.

A sua actuação assenta em dois princípios. Por um lado tratam os seus subordinados como seres inferiores, ridicularizando-os com relativa frequência perante outras pessoas. Com isto tentam mostrar-se poderosos.

O outro princípio basilar dos chefes lambe botenses é … TCHARÃN… lamber botas aos seus superiores hierárquicos. Nunca os contrariam. Baixam os olhos com frequência durante os diálogos e olham-nos de forma indefesa. Riem das suas execráveis piadas e dizem que sim a tudo.

Simplificando. São pessoas com uma baixa auto-confiança e com egos fragilizados. Não são seres admirados, nem tão pouco temidos pelos seus subordinados, que se limitam a desvalorizar a natureza das suas atitudes.

No fundo talvez sejam apenas criaturas fracas e tristes! "Perdoai-os Senhor, eles não sabem o que fazem"...

domingo, 25 de abril de 2010

Um pensamento de Voltaire

Todo o homem é culpado do bem que não fez.

Voltaire (1694 - 1778)

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Sumol… mantém-te original????

Há dias deparei-me com a nova campanha da Sumol, cujo lema é “mantém-te original”.

Até aqui tudo bem… estamos todos de acordo que a originalidade é uma característica que nos diferencia e que faz de nós seres diferentes dos demais.

Agora as frases chave que acompanham o lema... ok não são plágio, mas andam lá bem perto!!!

Vejamos: “Um dia vais achar que tens de usar fato e gravata como toda a gente”; “Um dia vais achar que a tua intimidade não é para todos”; “Um dia o mais provável é deixares de remar contra a corrente”; “Um dia é provável que entres às 9h e saias às 6h”… todas terminam (quando esse dia chegar não lhe fales). Sumol mantém-te original.

Esta seria uma campanha com algum estilo não fosse a Nicola ter já a campanha “Hojé é o dia”, que presumo ser conhecida, pelo menos, a nível nacional, e cuja frase chave começa precisamente por "Um dia..."(leia-se um post anterior deste blog).

Ainda que a Nicola esteja a pensar em pessoas que já entraram na rotina, e por isso apele à mudança, e que o target da sumol sejam os jovens que ainda agora acham que a vida vai sempre cor-de-rosa e diferente..Não havia mais forma mais original de expressar o conceito de originalidade????


quarta-feira, 21 de abril de 2010

Um pensamento do Tao Te Ching

Quem vence os outros é forte.
Quem se vence a sim mesmo é poderoso.

In Tao Te Ching ou Livro do Caminho
(escrito chinês - 600 a.C.)

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Hierarquia de Pessoas

Inconscientemente ou não, criamos hierarquias para as pessoas com quem nos relacionamos.

Há aquelas pessoas para quem estamos sempre presentes, aconteça o que acontecer são o nosso nº1, por elas damos a volta ao mundo, desafiamos o tempo, esquecemos tudo o resto. Porque essas pessoas precisam de ser salvas… ou só porque nos querem, e nós somos tacitamente suas…

Depois há as pessoas que podem contar connosco de forma mais moderada, ajustamo-las ao nosso tempo, às nossas outras prioridades, damos-lhes uma boa parte de nós, mas não o todo. Damos-lhe o pensamento… mas nem sempre a presença. Por isso não nos podemos admirar quando elas também não estão presentes!

Seguem-se as pessoas a quem damos a nossa boa disposição. Com essas rimos e partilhamos momentos, em regra de alguma futilidade e lazer, com uns rasgos reflectivos, acompanhados de umas piadas e muita leveza…. Diria mesmo estilo “vinho leve e frutado.”

Há ainda a categoria a quem damos o nosso trabalho, não porque estas sejam importantes, mas porque o contexto profissional a isso nos obriga. Damos o nosso tempo ao cargo que a pessoa ocupa, porque ela em si mesma não nos diz grande coisa.

E tudo funciona numa dinâmica de reciprocidade. Até ao dia em que nos confundimos nas prioridades… damos demais para o retorno que recebemos… damos de menos face ao que devíamos… e isso faz-nos perder... pessoas!

domingo, 18 de abril de 2010

O Cérebro Feminino – Parte II

Deixo mais uma curiosidade acerca do cérebro feminino vs cérebro masculino, que consta do livro de Louann Brizendine.

“Até às oito semanas todos os cérebros fetais parecem femininos na natureza – o género feminino é um estado basilar.

À oitava semana, um grande fluxo de testosterona anula a condição unissexual do cérebro, matando várias células dos centros de comunicação e originando o crescimento de outras nos centros da sexualidade e da agressividade. Se este fluxo não ocorrer, então o cérebro continuará o seu desenvolvimento feminino.”


E é assim que os dois cérebros falam de desejo…

Florbela Espanca (1894-1930)
AMAR!

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente…
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...


Almeida Garret (1799 – 1854)
NÃO TE AMO

Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma.
E eu n 'alma – tenho a calma,
A calma – do jazigo.
Ai! não te amo, não.

Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida – nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai, não te amo, não!

Ai! não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.

Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?

E quero-te, e não te amo, que é forçado,
De mau, feitiço azado
Este indigno furor.
Mas oh! não te amo, não.

E infame sou, porque te quero; e tanto
Que de mim tenho espanto,
De ti medo e terror...
Mas amar!... não te amo, não

terça-feira, 13 de abril de 2010

A meia luz

A meia luz tem uma espécie de efeito apaziguador.

Depois de um dia infinitamente longo, quando às vezes achamos que foi tão longo e ao mesmo tempo tão curto que nos impossibilita de ter visão de futuro, entramos em casa, acendemos uma luz indirecta e ficamos numa espécie de abrigo.

Abrigo da chuva. Do vento. Das pessoas. E sobretudo abrigo dos nossos pensamentos.


As luzes de tecto conseguem ser inconvenientes. Deixam tudo a nu em especial a capacidade de reflexão e de reposição enérgica, que fica como que enfraquecida e vulnerável.

Quando à meia luz se junta a música perfeita (por exemplo o Howard Shore, e o seu Lord of the Rings – Return of the King) conseguimos entrar na atmosfera da transição, em que lentamente nos libertamos das angústias, das indecisões, da incapacidade de relativizar a perda de um dia tão longo e tão pouco rico.

Permanecemos alguns instantes num limbo de emoções… esticamos os braços num espreguiçar infinito, aumentamos o volume… só depois decidimos que é tempo de adormecer.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Um pensamento de Simone de Beauvoir

À minha volta, reprovava-se a mentira,
Mas fugia-se cuidadosamente da verdade.

Simone de Beauvoir (1908-1986)

sábado, 10 de abril de 2010

A última bisavó

Morreu a minha última bisavó. Curiosamente, conheci as quatro. A avó Custodinha. A avó Aninhas. A avó Lucinda. A avó Esperança.

Todas elas morreram de velhice, naquela fase da vida em que talvez se fique sentado numa cadeira à espera que um dia tudo acabe. Em que já se teve filhos, netos, bisnetos e trinetos. Em se nasceu no final da Monarquia, passou-se pela implantação da República, viveu-se no Estado Novo e experienciou-se a Democracia. Duas delas mudaram também de século.

A avó Custódia tinha 92. A avó Aninhas 89. A avó Lucinda 98. A avó Esperança 99. A lei natural da vida prepara-nos para a perda quando vemos que quase 100 anos de existência já pesam tanto que não lhes dá sequer vontade de sorrir.

A avó Esperança tinha cinco filhas. Dezanove netos. Sei que eu era a bisneta mais velha… já perdi a conta aos outros. Trineto tinha um.

Quando o caixão fechou no cemitério, olhei em volta. Estava um dia de sol. E ali estávamos nós. Os descendentes. E então tive o pensamento genuinamente mais existencialista até hoje.

A vida dela tinha chegado ao fim…. Ela partiu, mas a sua história não acabou... ficámos NÓS.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Às vezes as pessoas enlouquecem

Não sabiam? Pois é meus caros às vezes as pessoas enlouquecem. Ficam descompensadas, meio perdidas. Porque não conseguem gerir algumas das áreas do único projecto que faz sentido: a vida.

A racionalidade evapora-se. Fica um vazio. Ao qual se sucedem uma série de actos de desespero. Se a coisa for grave nunca recuperam a sanidade. Se o caso for mais levezinho, acabam por envergonhar-se dos seus comportamentos e depois de alguma terapia lá voltam ao normal.

O pior é quando a esfera dos outros acaba beliscada. As paixões obsessivas têm muito disto… E apesar do dramatismo até dão uns telediscos giros!




PINK - Please Don't Leave

Da da da da, da da da da
Da da da, da da
Da da da, da da

I don't know if I can yell any louder
How many time I've kicked you outta here?
Or said something insulting?
Da da da, da da

I can be so mean when I wanna be
I am capable of really anything
I can cut you into pieces
But my heart is broken
Da da da, da da

Please don't leave me
Please don't leave me
I always say how I don't need you
But it's always gonna come right back to this
Please, don't leave me

How did I become so obnoxious?
What is it with you that makes me act like this?
I've never been this nasty
Da da da, da da

Can't you tell that this is all just a contest?
The one that wins will be the one that hits the hardest
But baby I don't mean it
I mean it, I promise
Da da da, da da

Please don't leave me
Oh please don't leave me
I always say how I don't need you
But it's always gonna come right back to this
Please, don't leave me

I forgot to say out loud how beautiful you really are to me
I cannot be without, you're my perfect little punching bag
And I need you, I'm sorry
Da da da, da da

Da da da da, da da da da
Da da da, da da
Please, please don't leave me
(Da da da, da da)

Baby please don't leave me
(Da da da, da da)
No, don't leave me
Please don't leave me no no no

You say I don't need you
But it's always gonna come right back
It's gonna come right back to this
Please, don't leave me

Please don't leave me, oh no no no.
I always say how I don't need you
But it's always gonna come right back to this

Please don't leave me
Baby, please, please don't leave me

segunda-feira, 5 de abril de 2010

O aviso

O Governo devia decretar a obrigatoriedade da entidade patronal afixar os efeitos secundários de trabalhar num determinado local, por determinado período de tempo.

Uma espécie de bula, como têm os medicamentos.

Dividida em categorias: 1) os efeitos secundários frequentemente descritos. 2) Os menos frequentemente descritos. 3) Os casos raros. 4) Os casos que muito raramente podem ocorrer.

Os sintomas podiam variar entre sonolência ligeira, náuseas, vertigens, cefaleias, transpiração, hipotermia, vermelhidão na pele, reacções de hipersensibilidade, espasmos musculares, dificuldades de respiração, descida e/ou subida da tensão arterial.

Perturbação da capacidade criativa, aumento das tendências reactivas, desenvolvimento da intolerância à luz solar - causada pelo número de horas passadas em espaços sem iluminação natural, envelhecimento físico e mental acelerado, demência moderada. Em casos extremos insanidade total.

Ao aparecimento dos primeiros sinais das reacções acima descritas, interrompa a actividade e procure outro local de trabalho. Todas as actividades profissionais podem causar efeitos secundários, no entanto estes não se manifestam em todas as pessoas.

E tudo seria mais fácil…. Mas se não pudessem ter bula… pelo menos um azulejo pendurado na porta de entrada, em local bem visível: “Não precisas de ser louco para trabalhar aqui… Nós treinamos-te!!!


sábado, 3 de abril de 2010

“Podemos encontrar-nos a meio caminho?”

É fácil teorizar acerca das relações. É ainda mais fácil teorizar acerca das relações dos outros. O que se deve ou não fazer. Como se deve ou não reagir. Em que se deve ou não ceder. Até que onde se deve ir. O quanto se deve dar. O quanto se deve receber.

Uma mente sensata - com laivos suficientes de racionalidade, que vão orientando a emoção no caminho do desejável, do harmonioso, da paixão recíproca com vista a transformar-se em amor duradouro - deve ter como estrela polar o equilíbrio.

É talvez a proporcionalidade. O consenso. A igualdade. A equidade. A reciprocidade… Que permitem que nos encontremos a meio caminho.

A meio caminho partilham-se expectativas em tudo semelhantes. E encontra-se uma espécie de saudável empatia que nos permite perceber o quanto devemos ceder, o quanto devemos perdoar, o que devemos permitir, e simultaneamente o que é expectável que colhamos.

A corda sobre a qual caminhamos pode ser fina e estreita, porque as emoções são muitas vezes turbilhões que nos cegam e nos ensurdecem. Mas se trilharmos a corda até meio caminho, não experimentamos segurança (porque nada é seguro), mas experimentamos a deliciosa adrenalina da acrobacia, em que confiamos na mão que nos segura. Fazemos piruetas, saltamos em pontas e aterramos na corda fina... que balança, mas não parte.

O meio caminho é a medida em que continuamos a ser nós, e simultaneamente nos tornamos também no outro!



BLACK EYED PEAS - Meet Me Halfway

I can't go any further than this
I want you so badly, it's my biggest wish

Cool,
I spent my time just thinkin' thinkin' thinkin' bout you
Every single day, ´cause I'm really missin' missin' you
And all those things we use to, use to, use to, use to do
Hey girl, what's up, we used to used to be just me and you
I spent my time just thinkin' thinkin' thinkin' bout you
Every single day, ´cause I'm really missin' missin' you
And all those things we use to, use to, use to, use to do
Hey girl what's up yo... what's up, what's up, what's up

Can you meet me halfway, right at the borderline
That's where I'm gonna wait, for you
I'll be lookin' out, night n'day
Took my heart to the limit, and this is where I'll stay
Oh oh oh oh oh
I can't go any further than this
Oh oh oh oh oh
I want you so bad it's my only wish

Girl, I travel round the world and even sail the seven seas
Across the universe I'll go to other galaxies
Just tell me where to go, just tell me where you wanna meet
I navigate myself myself to take me where you be
Cause girl I want I, I... I want you right now
I travel uptown (town) I travel downtown
Wanna have you around (round) like every single day
I love you alway, way
(I'll meet you halfway

Can you meet me half way)
Right at the borderline
That's where I'm gonna wait, for you
I'll be lookin' out, night n'day
Took my heart to the limit, and this is where I'll stay
I can't go any further than this
I want you so bad it's my only wish
I can't go any further than this
I want you so bad it's my only wish

Let's walk the bridge, to the other side
Just you and I (just you and I)
I will fly, fly the skies, for you and I (for you and I)
I will try, until I die, for you and I, for you and I, for for for you and I,
For for for you and I, for for you and I, for you and I

Can you meet me half way
Can you meet me half way
Can you meet me half way
Can you meet me half waaaay!

Meet me half way, right at the borderline
There's where I'm gonna wait, for you
I'll be lookin' out, night n'day
Took my heart to the limit, and this is where I'll stay
I can't go any further than this
I want you so bad it's my only wish
I can't go any further than this
I want you so bad it's my only wish