A meia luz tem uma espécie de efeito apaziguador.
Depois de um dia infinitamente longo, quando às vezes achamos que foi tão longo e ao mesmo tempo tão curto que nos impossibilita de ter visão de futuro, entramos em casa, acendemos uma luz indirecta e ficamos numa espécie de abrigo.
Abrigo da chuva. Do vento. Das pessoas. E sobretudo abrigo dos nossos pensamentos.
Depois de um dia infinitamente longo, quando às vezes achamos que foi tão longo e ao mesmo tempo tão curto que nos impossibilita de ter visão de futuro, entramos em casa, acendemos uma luz indirecta e ficamos numa espécie de abrigo.
Abrigo da chuva. Do vento. Das pessoas. E sobretudo abrigo dos nossos pensamentos.
As luzes de tecto conseguem ser inconvenientes. Deixam tudo a nu em especial a capacidade de reflexão e de reposição enérgica, que fica como que enfraquecida e vulnerável.
Quando à meia luz se junta a música perfeita (por exemplo o Howard Shore, e o seu Lord of the Rings – Return of the King) conseguimos entrar na atmosfera da transição, em que lentamente nos libertamos das angústias, das indecisões, da incapacidade de relativizar a perda de um dia tão longo e tão pouco rico.
Permanecemos alguns instantes num limbo de emoções… esticamos os braços num espreguiçar infinito, aumentamos o volume… só depois decidimos que é tempo de adormecer.