sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Ai os anormais, os anormais… ou a figura de estúpido numa prova oral

Há situações que nos deixam espantados com a nossa capacidade. Por vezes conseguimos superar todas as nossas expectativas pessoais e sermos seres diferentes.

Se essa diferença for pela positiva, sentimo-nos brilhantes, radiantes, com uma sensação de que dominamos o mundo, num orgulho desmedido que nos deixa com vontade de arriscar de novo. O nosso espírito fica envolto num bom humor e numa vontade de encarar outros desafios, seja qual for a natureza dos mesmos.

Mas… (porque como tão bem sabemos de vez em quando tropeçamos num MAS) a nossa capacidade de superação pode ser de tal forma negativa, que nos sentimos um perfeito anormal. Por norma acontece quando perdemos a capacidade de reacção. No cérebro é criado um vazio, por momentos fica tudo em branco, e tornamo-nos numa espécie de estereótipo de estupidez humano.

Foi assim na semana passada no meu grupo de orais de Direito Administrativo. Seis perfeitos anormais, cinco dos quais conseguiram ainda assim manter alguma dignidade e passar com positivas entre 10 e 12.

Fui a primeira a sentar-se na cadeira do vazio, meia hora passou num piscar de olhos, ainda que tivesse a noção que os professores falassem num ritmo de voz pausada, que se fosse mais lenta assemelhar-se-ia a um gravador a ficar sem pilhas. Passei então para o final da sala onde pude apreciar o espectáculo da desgraça alheia. Ninguém se lembrava dos artigos mais básicos e era-lhas difícil articular frases com sujeito, complemento e predicado.

No final, já recompostos e de novo com memória, veio a vontade de nos evaporarmos por instantes, apagando todo e qualquer resquício de tamanha “insapiência”!!!