quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O chapéu-de-chuva com duas pernas


A meteorologia não tem ajudado os mais incautos. A chuva e o vento têm sido uma constante, mesmo quando de manhã espreitamos à janela e parece que os raios de sol estão para ficar.

Ontem foi assim. Sai de casa sem chapéu. (In) Felizmente descobri alguém tinha deixado no escritório um grande chapéu prateado, daqueles com ar de oferta. Para além de ter o cabo meio torcido, o dito chapéu, pousado no chão ficava ao nível da minha cintura, digamos que o diâmetro devia ser maior que euzinha!

Tudo ia depender da perspectiva, podia sair com um mini chapéu-de-sol ou um grande chapéu-de-chuva. Escolhi a segunda hipótese e fui para rua. Pingava e não fazia vento. Foi então que um chapéu-de-chuva com duas pernas saiu pela Baixa de Lisboa, em direcção aos CTT. O comentário de um transeunte não se fez esperar “Que grande chapéu…”, “A sério, não tinha dado conta…”, pensei.

Continuei o caminho com um ar destemido. Chegada à porta dos CTT, o gigante deslocou as varetas e não fechava, depois de lutar com a porta entrei. Nesta altura já cheia de salpicos. Deixei o gigante de boca aberta escondido por trás da máquina das senhas.

A saída foi também ela mirabolante. Chegada à rua o chapéu não se mantinha aberto. Insisti. Dei dois passos e o gigante fechou-se na minha cabeça. Abri-o de novo e regressei de mãozinha no ar impedindo assim que o chapéu voltasse a desabar sobre este pequeno ser.

E assim o chapéu-de-chuva com pernas regressou ao escritório… não pude evitar vir a rir sozinha todo o caminho!