sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O casaco verde

O que não faltam nas ruas de Lisboa são casacos de fazenda. Pretos, cinza, encarnados, azuis e verdes... que dizer se calhar não há tantos casacos verdes assim como tudo isso. Quem os veste, experimenta uma espécie de efeito néon que nos assinala em cada situação social onde nos deslocamos de casaco verde bandeira.

Assim, nas lojas as empregadas abordam-nos a dizer que são doidas pela cor verde e que já correram a cidade inteira em busca de um casaco daquela cor e (surpresa!!!)não encontraram. É então que ganham coragem e questionam “onde é que o comprou?”.

Outra situação é a daqueles eventos que requerem alguns momentos na fila de espera em que é impossível deixar de se fazer notar a presença de tal peça. Passamos a mover-nos o resto da noite com um chip que nos distingue... estou aqui... agora sentei-me nesta mesa. É então que ouvimos o comentário “Reparamos que eram vocês que estavam ao nosso lado lá fora, mas não foi por nada (sim vocês são pessoas comuns não pensem que são glamourosos ou especiais) foi só por causa do casaco verde!”

Ou quando entramos no escritório e a colega de gabinete nos mira e comenta “que cor tão gira”, ou ainda a colega da sala ao lado que nos encontra à saída e exclama “que máximo”!

Máximo ou mínimo o meu casaquinho verde há já um ano que habita no meu roupeiro e lá vai saindo pelas ruas de Lisboa, colorindo o inverno por onde passa.