domingo, 24 de fevereiro de 2013

Música ambiente e parques de estacionamento

Há tempos estacionei o automóvel no parque de estacionamento do Chiado. Depois de descer até ao submundo do piso -4, onde havia finalmente uma luzinha verde que assinalava a presença de um lugar livre, parei a viatura. Sai do carro e não avistei viva alma. Tocava música clássica. Mas não era uma peça reconfortante, ao invés fazia lembrar a icónica cena do psycho do Hitchcock. Guardei rapidamente umas coisas na bagageira e em passo rápido esgueirei-me até ao elevador.
 
Dias depois estacionei o carro no parque do Marquês. Apercebi-me que a banda sonora era semelhante. A peça musical era ligeiramente menos arrepiante, mas também nos transportava para uma cena cinematográfica, daquelas que nos fazem ter pesadelos à noite, e acender a luz para nos certificarmos que está realmente tudo bem.
 
Parques de estacionamento e músicas tristes, ou demasiado emocionais NÃO COMBINAM.
 
Adoro a ária “Una furtiva lagrima”, da opera "L'elisir D'amore" de Gaetano Donizetti mas se a ouvisse tocar neste cenário, fugiria a sete pés. E certamente que ficaria arrepiada, não pela  emoção musical, mas pelo mais primitivo sentimento de medo. Será apenas um problema de imaginação fértil?!...