Nos anos 90 passava na TV a série "Perfect Strangers". Uma das personagens, Balki Bartokomous um imigrante nos EUA, tinha uma frase característica "Don't be Ridiculous"!!! A minha mãe ficava furiosa quando perante alguma conversa ou situação eu lhe dirigia esta mesma expressão.
Mas afinal o que é ser ridículo?
Encontramos a definição no dicionário como algo que provoca o riso e o escárnio, algo grotesco. Aquele que leva ao exagero aquilo que é apropriado numa determinada situação.
Quando somos ridículos tornamo-nos patetas. Perdemos o sentido da realidade e da verdadeira dimensão da situação em que nos encontramos. Somos tranportados para um cenário inventado por nós e agimos completamente ao lado daquilo que seria expectável socialmente. Tornamo-nos uma espécie de bobos da corte. Quebramos o elo com o bom senso.
E depois, quando descemos à terra, o nosso orgulho fica ferido, por termos sido tão cegos e desengonçados.
Há aqueles que nunca descem à terra e que vivem como patetas alegres, de ridículo em ridículo, sem se aperceberem do desfasamento entre o real e o virtual.
Talvez seja mais fácil ser um tolinho do que aterrar de pés no chão, sentir um choque eléctrico que percorre todo o corpo, que atinge o neurónio nº1, e pufff... traz-nos de volta à realidade, fazendo-nos bater com a cabeça na parede de vergonha. O que na verdade é bom, porque revela a nossa capacidade de introspecção e de regresso ao cenário certo do nosso próprio filme.
Mas não devemos temer ser ridículos. A maior parte das vezes o que somos é diferentes, únicos, singulares, fora do rebanho. E ser diferente não é ser ridículo, é ser exclusivo... é ser distinto.