Extravios, descaminhos, desvios… a clássica referência às vicissitudes do destino.
Os desencontros criam cenários repletos de “ses”. Deixam a imaginação livre para pensar no que teria acontecido se tivéssemos encontrado aquela pessoa naquele local, se tivéssemos passado naquela estrada alguns segundos antes, se tivéssemos respondido de forma diferente a uma entrevista de emprego.
Se todas essas coisas tivessem acontecido de forma diferente também nós seriamos diferentes. Os desencontros vão determinar as escolhas que definem as pessoas, e a cada “se” determinamos o próximo passo, seja qual for a esfera da nossa vida.
Deixo duas letras de desencontros, das quais gosto particularmente.
Afinal qual é o tempo certo para fazer a escolha certa? Até que ponto andamos nós próprios desencontrados das nossas opções?
Os desencontros criam cenários repletos de “ses”. Deixam a imaginação livre para pensar no que teria acontecido se tivéssemos encontrado aquela pessoa naquele local, se tivéssemos passado naquela estrada alguns segundos antes, se tivéssemos respondido de forma diferente a uma entrevista de emprego.
Se todas essas coisas tivessem acontecido de forma diferente também nós seriamos diferentes. Os desencontros vão determinar as escolhas que definem as pessoas, e a cada “se” determinamos o próximo passo, seja qual for a esfera da nossa vida.
Deixo duas letras de desencontros, das quais gosto particularmente.
Afinal qual é o tempo certo para fazer a escolha certa? Até que ponto andamos nós próprios desencontrados das nossas opções?
A NOITE PASSADA
A noite passada acordei com o teu beijo/ Descias o Douro e eu fui esperar-te ao Tejo/ Vinhas numa barca que não vi passar/ Corri pela margem até à beira do mar/ Até que te vi num castelo de areia/ Cantavas "sou gaivota e fui sereia"/ Ri-me de ti "então porque não voas?"/ E então tu olhaste/ Depois sorriste/ Abriste a janela e voaste.
A noite passada fui passear no mar/ A viola irmã cuidou de me arrastar/ Chegado ao mar alto abriu-se em dois o mundo/ Olhei para baixo dormias lá no fundo/ Faltou-me o pé senti que me afundava/ Por entre as algas teu cabelo boiava/ A lua cheia escureceu nas águas/ E então falámos/ A então dissemos/ Aqui vivemos muitos anos.
A noite passada um paredão ruiu/ Pela fresta aberta o meu peito fugiu/ Estavas do outro lado a tricotar janelas/ Vias-me em segredo ao debruçar-te nelas/ Cheguei-me a ti disse baixinho "olá"/ Toquei-te no ombro e a marca ficou lá/ O sol inteiro caiu entre os montes/ E então olhaste/ Depois sorriste/ disseste "ainda bem que voltaste".
Música e Letra - Sérgio Godinho
DESENCONTRO
Se ela pressentisse/ O olhar que me devolve /As ânsias sem idade /Os olhares ao espelho sem piedade /A verdade foge trémula e sem serenidade
Se ele sentisse/ Só por uma vez/ Que paro quando fala /Que rio quando olha /E coro quando é para mim /E quero que me agarre
Ela nem imagina / Ele nunca me vai ver/ Volto a cruzar-me com ela/ Fingindo não o ver/ E por isso nunca/ Ele nunca vai saber/ O quanto eu te quero
Ela vai rir-se quando lhe contar/ Que um dia quis dar-lhe o mundo / Mas não a soube chamar/O seu cheiro passa solto /E leve como o ar
Ele vai ter um sonho por guardar /O tempo não tem escolha/ E a alma passou longe/Adeus! Será que é Adeus?/ Eu não te perco mais
Interprete Luís Represas e Simone, letra Margarida Pinto Correia