domingo, 18 de outubro de 2009

O poder da gargalhada

Haverá algo melhor no mundo que uma boa gargalhada?

Rir regenera o corpo e a alma. Além disso faz-nos perceber o grau de cumplicidade que temos com os outros.

Um riso profundo daqueles que passam do rosto, para o peito, do peito para o abdómen, e que nos impede de falar de respirar e de pensar por uns momentos é algo valioso que não se partilha com qualquer um.

Trocamos sorrisos e momentos de humor moderado com as mais infinitas pessoas. Mas uma boa gargalhada louca, essa é reservada às pessoas queridas com quem temos afinidades em determinadas áreas e por isso têm capacidade de rir das mesmas coisas que nós.

Partilhar uma gargalhada é algo genuíno. Somos nós próprios. Encontrar alguém com o mesmo sentido de humor é meio caminho andado para uma amizade.

Fica a curiosidade. Na Idade Média o riso é condenado, está do lado do demónio. Do séc. IV ao séc. X o riso é sufocado. O corpo é dividido em partes nobres (cabeça e coração) e ignóbeis (ventre, mãos e sexo). O riso vem do ventre, percorre o corpo vindo das partes baixas, passa do peito para a boca. A boca deve ser um ferrolho, os dentes uma barreira que deve conter o fluxo de insanidade que o riso pode veicular. Veja-se uma das regras de Columbano “aquele que rir à socapa no ofício será punido com seis chibatadas. Se rir às gargalhadas fará jejum, a menos que tenha rido de forma perdoável”. O riso de quem tem siso é apenas o sorriso.

Mas convenhamos…rir com o dentinho de fora faz-nos sentir tão bem…