Sinto-me invadida por uma tremenda preguiça. Daquelas a que regularmente damos o nome de preguicite (hiper) aguda.
Esta não é apenas uma preguiça pura e dura, um pecado mortal… ela é muito mais que isso: tem umas pitadas de letargia, outras tantas de melancolia. Quem sabe será uma preguiça de explicação hormonal… sim, para nós as mulheres tudo tem uma explicação hormonal… tudo é demasiado intenso…
Estou com preguiça cerebral e corporal. O cérebro não pensa… o corpo não mexe…
Esta não é apenas uma preguiça pura e dura, um pecado mortal… ela é muito mais que isso: tem umas pitadas de letargia, outras tantas de melancolia. Quem sabe será uma preguiça de explicação hormonal… sim, para nós as mulheres tudo tem uma explicação hormonal… tudo é demasiado intenso…
Estou com preguiça cerebral e corporal. O cérebro não pensa… o corpo não mexe…
Hino à preguiça
Meiga Preguiça, velha amiga minha,
Recebe-me em teus braços,
E para o quente, conchegado leito
Vem dirigir meus passos.
Ou, se te apraz, na rede sonolenta,
À sombra do arvoredo,
Vamos dormir ao som d'água, que jorra
Do próximo rochedo.
(...)
Tudo a dormir convida; a mente e o corpo
Nesta hora tão serena
Lânguidos vergam; dos inertes dedos
Sinto cair-me a pena.
Mas ai!... dos braços teus hoje me arranca
Fatal necessidade!...
Preguiça, é tempo de dizer-te adeus,
Ó céus!... com que saudade!
Bernardo Guimarães
Poeta e romancista brasileiro > 1825-1884