
A luz dos relâmpagos fascina-me, em especial acompanhada por uma chuva intensa. Aí fico do lado de dentro da janela, com tudo apagado a olhar a rua. Deixo apenas uma fresta aberta para sentir o vento frio. Incrível como às vezes um apagão a meio da noite nos dá a sensação de regresso à fase primitiva do nosso ser … e à vulnerabilidade perante os elementos.
O nevoeiro é um desses cenários de que gosto. Pelo mistério. Pela dúvida. Pelo enigma. Por caminhar nos mesmos sítios com a percepção de que são outros. Tudo é igual mas tudo parece diferente.
Trata-se de uma espécie de ilusão. Como se fossemos num sonho que só acaba com o raiar do sol.
É por isso que D. Sebastião regressaria num dia de nevoeiro. Quando menos se esperasse, surgiria por entre a neblina trazendo de novo a esperança.
Creio que o adore por ser místico. Não o encaro como soturno ou negativo. Pelo contrário é uma espécie de outra dimensão. Diferente, envolvente, misterioso, perigoso, solitário, e acolhedor porque nos abraça….
NEVOEIRO: O nevoeiro é uma nuvem stratus cuja base está no solo ou perto dele reduzindo até 1 quilómetro de distância. Os nevoeiros diferenciam-se das nuvens porque ocorrem junto à superfície. São humidade condensada perto do solo, em forma de depósito.