As galerias romanas da baixa pombalina fazem parte do imaginário não só de quem gosta de história, mas de muitos curiosos.
Estão abertas ao público apenas uma vez por ano, atendendo a que se encontram com um elevado nível de água, cuja bombagem sistemática, para além de ser um processo moroso levantaria problemas de conservação aos edifícios circundantes.
Quem tem interesse em descer às profundezas da baixa, mas cujo espírito de sacrifício é muito pouco vincado, pode fazê-lo com data marcada.
O Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (NARC), proporciona visitas guiadas às ruínas romanas descobertas em 1991.
Depois de descer é só dar asas à imaginação, que vai sendo orientada pelas curiosidades e explicações da guia.
É interessante ver como os períodos históricos se cruzam. Por entre vestígios de construções habitacionais do séc. VII aC, vemos poços criados no séc. XVIII por Marquês de Pombal para minimizar novos riscos de incêndio, misturados com a beleza dos mosaicos romanos, e com um esqueleto que não foi retirado do local… Vêem-se ainda as míticas estacas de madeira sobre as quais toda baixa está assente – desde a Praça do Comércio até aos Restauradores.
Bem vistas as coisas somos apenas mais uma geração que alegremente vai vivendo pelas ruas de Lisboa… sem dúvida "na natureza nada se cria, nada se perde [simplesmente] tudo se transforma".